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Cólica: a dor que mais acomete os equinos

As doenças do sistema digestório geram um grande impacto na saúde dos equinos, sendo a cólica uma das manifestações mais comuns apresentadas pelos animais. O quadro abrange desde alterações funcionais transitórias até condições cirúrgicas graves, como torções e estrangulamentos intestinais. Na literatura é possível encontrar estudos que demostram que o distúrbio é responsável por pelo menos 28% dos óbitos de equinos no mundo.

Os fatores predisponentes incluem manejo inadequado, alimentação deficiente, hidratação inadequada, baixa ingestão de fibra, alterações abruptas na dieta, sedentarismo e parasitismo intestinal. “Do ponto de vista fisiopatológico, a motilidade intestinal pode ser alterada por processos inflamatórios, disbiose, formação de gases excessivos e desbalanço eletrolítico, culminando em alterações na permeabilidade da barreira intestinal e na absorção de endotoxinas, que podem desencadear um quadro de endotoxemia e choque distributivo”, detalha a médica- veterinária e coordenadora técnica de equinos da Ceva Saúde Animal, Camilla Senna.

Os sinais de cólica variam conforme a severidade e a região intestinal afetada. Em casos leves, observa-se inquietação, olhares frequentes para os flancos, diminuição da motilidade intestinal e inapetência. Quadros mais severos podem evoluir com sudorese profusa, aumento da frequência cardiorrespiratória, distensão abdominal, posturas anormais, tentativas frequentes de se deitar e rolar, refluxo nasogástrico e sinais de choque hipovolêmico.

A avaliação do animal inclui exame físico detalhado, ausculta abdominal para detecção de peristaltismo reduzido ou hiperativo, sondagem nasogástrica para avaliação de refluxo, palpação retal para identificação de anormalidades estruturais e análise de fluidos peritoneais para verificar alterações inflamatórias ou isquêmicas.

Além da dor, a cólica pode comprometer o funcionamento adequado do trato digestório, levando a distúrbios na motilidade intestinal e, em casos mais graves, à interrupção total do fluxo de conteúdo digestório. Isso resulta em distensão abdominal, comprometimento do fornecimento sanguíneo aos órgãos abdominais e, consequentemente, em danos aos tecidos.

A inflamação e a irritação associadas à cólica também podem levar a complicações sistêmicas, como endotoxemia que gera disfunção de órgãos vitais, como pulmões, fígado e rins, fato que pode agravar rapidamente o quadro e aumentar o risco de óbito do animal.

“Os equinos possuem o sistema digestório com várias particularidades anatômicas que promovem uma predisposição a alterações graves responsáveis pela cólica. Fatores relacionados à digestão, como a produção excessiva de gases no estômago, por conta da fermentação do alimento, compactação de material fecal na alça intestinal, obstrução, intussuscepção ou torção de alça intestinal são comumente responsáveis pelos casos de cólica equina. A incidência de grande quantidade de vermes intestinais e produção de enterólitos, que são formações sólidas originadas a partir da ingestão de alimentos altamente fibrosos ou corpos estranhos, também estão associados ao surgimento do quadro”, explica Camila.

Além disso, a espécie é sensível às alterações bruscas no manejo alimentar e ambiental, sendo alterações no nível de atividade física, em sua dieta, na estabulagem, na qualidade do alimento volumoso, privação de água e estresse de transporte outras possíveis influências para a ocorrência da cólica equina.

O tratamento indicado irá depender da gravidade do quadro. Casos leves a moderados podem responder bem à terapia medicamentosa, que inclui antiinflamatórios (como flunixina meglumina), antiespasmódicos (como escopolamina), fluidoterapia enteral e/ou intravenosa para correção de desequilíbrios hídricos e eletrolíticos, e laxantes osmóticos ou lubrificantes intestinais para facilitar a remoção de impactações. O uso de antibióticos pode ser necessário em casos de peritonite secundária ou enterite grave.

Já as manifestações graves, com sinais de obstrução mecânica completa, perfuração intestinal ou estrangulamento vascular, requerem intervenção cirúrgica imediata. “A laparotomia exploratória permite a identificação da lesão e a adoção de medidas como a descompressão intestinal, remoção de segmentos necróticos e anastomoses intestinais, conforme a necessidade. O prognóstico depende da rapidez no diagnóstico, da extensão das lesões e da condição metabólica do animal antes da intervenção”, elucida a profissional

Como uma das dores que mais afeta os equinos, a prevenção se mostra a melhor estratégia para proteger os animais. A medida baseia-se na implementação de boas práticas de manejo, incluindo a oferta de volumoso de qualidade, acesso constante à água potável, adaptações graduais na dieta, suplementação balanceada e controle parasitário eficiente. Adicionalmente, a monitorização da motilidade intestinal, da qualidade das fezes e do comportamento alimentar dos equinos pode auxiliar na detecção precoce de alterações digestivas, permitindo a intervenção antes da progressão para quadros mais graves.

O reconhecimento rápido dos sinais de cólica e a intervenção veterinária imediata são fundamentais para a sobrevida do animal e a redução das taxas de mortalidade associadas a essa condição.

Para auxiliar no tratamento dos equinos que apresentam quadros de cólica, a Ceva oferece ao mercado o Niglumine, com potente efeito analgésico nas dores viscerais e associadas a afecções dos tecidos moles.

Fonte: Gisele Assis

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