A Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e com a Federação das Indústrias do Japão (Keidanren), realizará a 26ª Reunião Plenária do Conselho Empresarial Brasil-Japão (Cebraj), no dia 9 de setembro, em São Paulo. O encontro busca ampliar o diálogo bilateral e promover oportunidades de cooperação entre os setores produtivos dos dois países. Durante o evento, será apresentado um documento de posicionamento conjunto em apoio à negociação do Acordo de Parceria Econômica entre Mercosul e Japão.
Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, o encontro entre os setores empresariais do Brasil e do Japão reforça a importância da parceria estratégica entre os países. “A declaração demonstra o alinhamento do setor produtivo em temas prioritários, como a retomada das negociações do Acordo de Parceria Econômica entre o Japão e o Mercosul, a diversificação de cadeias produtivas e o compromisso com o desenvolvimento sustentável. Seguiremos trabalhando para aprofundar os laços comerciais, promover um ambiente de negócios mais estável e fortalecer a cooperação bilateral em prol do crescimento econômico dos dois países”, diz ele.
A edição desse ano terá foco nas discussões sobre o panorama econômico de ambos os países, em reindustrialização, diversificação de cadeias globais de valor, cooperação tecnológica, descarbonização do setor industrial e cooperação internacional para digitalização.
A programação inclui painéis sobre comércio, investimentos, empreendedorismo feminino, descarbonização, sustentabilidade e inovação, com destaque para o fortalecimento das relações econômicas entre Japão e Mercosul, além da retomada das negociações do Acordo de Parceria Econômica (EPA). Jornalistas que desejarem se credenciar devem enviar nome completo, CPF e e-mail para: [email protected] até o dia 8 de setembro.
Japão é o sétimo maior fornecedor do Brasil na última década, mas comércio bilateral perdeu dinamismo
Brasil e Japão mantêm uma importante parceria econômica. O país asiático foi o sétimo maior fornecedor externo na última década e o nono maior país investidor no Brasil. Cada bilhão de reais exportado pelo Brasil para o Japão gerou 24,4 mil vagas de emprego, R$ 424,8 milhões em massa salarial e R$ 3,3 bilhões em produção na atividade econômica brasileira em 2023.
No entanto, quando se analisa o comércio de bens entre Brasil e Japão, nota-se que o comércio bilateral apresentou baixo dinamismo na última década. Nesse período, a participação do Japão nas importações brasileiras reduziu 0,7 ponto percentual (p.p.), enquanto a participação do Brasil nas importações japonesas manteve-se praticamente estável, com 0,1 p.p. de acréscimo. O Brasil, porém, foi somente o 17º maior fornecedor externo do país asiático no período analisado.
O estoque de investimentos do Japão no Brasil totalizou US$ 35,2 bilhões em 2023, valor 31,6% superior ao estoque de investimentos observado em 2014. Já o estoque de investimentos brasileiros no Japão somou US$ 132,3 milhões em 2023, valor 74,7% inferior ao estoque de investimentos registrado em 2014. É importante que Brasil e Japão reforcem o diálogo bilateral e avancem na agenda negociadora para fortalecer os fluxos comerciais e de investimentos entre os dois países.
Ricardo Alban destaca que o Japão já foi um dos principais parceiros comerciais do Brasil, com relações intensas e estratégicas. “Ao longo do tempo, esse laço perdeu força, mas o atual cenário internacional — especialmente os entraves enfrentados por Brasil e Japão com os Estados Unidos — nos apresenta uma excelente oportunidade de retomar e aprofundar essa parceria. É hora de somar esforços, reforçar o diálogo e buscar soluções conjuntas para fortalecer nossas economias e ampliar o intercâmbio comercial e tecnológico entre os dois países”, ressalta o presidente da CNI.
Segundo o Mapa de Oportunidades de exportações Brasileiras, elaborado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o Brasil tem oportunidades de exportação para o Japão em 336 bens da indústria de transformação. Os destaques são para Alimentos (41,6%), Químicos (24,8%), Metalurgia (8,7%).
Fonte: Jornalismo – CNI