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Cientistas criam método que amplia possibilidades de aproveitamento de substância alternativa a produtos derivados do petróleo na Agricultura

Descoberta no século XIX como um dos principais subprodutos do processo kraft — que prevê a obtenção de celulose através do cozimento químico de madeira — a lignina kraft é vista atualmente como um recurso estratégico e promissor para diversos setores, especialmente em um contexto de transição para uma economia mais sustentável. Isso porque o composto possui propriedades singulares como estabilidade química, resistência térmica, capacidade antioxidante, alto potencial de absorção de luz UV, estabilidade mecânica, atuação antifúngica e antibacteriana e biodegradabilidade, além de representar uma alternativa a produtos derivados do petróleo para uso industrial.

Apesar de seu amplo potencial de utilização em diferentes setores, a lignina kraft ainda enfrenta resistência de implementação devido à sua complexidade estrutural, que é heterogênea e dificulta o desenvolvimento de produtos uniformes, e ao custo financeiro e ambiental de processamento do composto. Nesse cenário, cientistas do  Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanotecnologia para Agricultura Sustentável (INCT NanoAgro) desenvolveram e patentearam um “processo verde” para obtenção de frações específicas de lignina kraft e aplicações em nanotecnologia, que possibilita a personalização do composto para diversas finalidades de forma ecologicamente e economicamente sustentável.

A inovação criada por Leonardo Fraceto, Jéssica Rodrigues, Vagner Botaro, Amanda de Sousa Martinez de Freitas e Marystela Ferreira prevê a utilização de ácido acético como solvente no processo de fracionamento da lignina, resultando na obtenção de nanopartículas (NPL) que podem ser aplicadas em diferentes operações, como por exemplo na fertilização do solo para lavouras. “Ao incorporar essas NPL em suas práticas, os produtores podem otimizar o uso de insumos, garantindo maior eficiência no campo e, ao mesmo tempo, promovendo a sustentabilidade ambiental. Com a possibilidade de melhorar as propriedades do solo e reduzir o desperdício de recursos, essa tecnologia pode transformar a produtividade agrícola, contribuindo para uma agricultura mais responsável e lucrativa”, revela o pesquisador Leonardo Fraceto, coordenador do INCT NanoAgro.

Segundo os cientistas envolvidos na criação da patente, por meio de nanotecnologia, a lignina kraft atua como agente de liberação controlada, proteção UV e melhorias em materiais compósitos. “Os produtores interessados podem adquirir essa tecnologia através de parcerias ou licenciamento da patente, integrando-a em suas práticas para aumentar a produtividade agrícola de forma ecológica. Além disso, essa inovação é aplicável em diversas indústrias, como a biomédica e cosmética, ampliando as oportunidades de aplicação das NPL em diferentes contextos”, explica Jéssica Rodrigues, que está entre as envolvidas na pesquisa.

Fonte: Milena Almeida 

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