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Cientistas criam bioinseticida inédito para combater praga do milho causadora de prejuízos anuais de R$ 10 bilhões aos produtores brasileiros

Em 2024, o Brasil se tornou o maior exportador de milho no panorama mundial, com mais de 56 milhões de toneladas do grão — pertencentes à safra 2022/2023 — deixando os portos brasileiros em direção aos Estados Unidos, à China e à União Europeia, majoritariamente. Os mais de US$ 13,65 bilhões de dólares gerados ao país por essas transações, no entanto, são ameaçados por um grave fator de predação de colheitas, que possui apenas 4 cm de comprimento: a lagarta-do-cartucho-do-milho (Spodoptera frugiperda).

Principal praga de milharais em solo brasileiro, a lagarta causa perdas anuais na ordem de R$10 bilhões aos produtores, podendo impactar de 30% a 50% das lavouras ameaçadas pela infestação. Nesse cenário, cientistas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) e da Universidade Estadual de Maringá (UEM), membros do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanotecnologia para Agricultura Sustentável (INCT Nano Agro), desenvolveram e patentearam um bioinseticida capaz de deter a ação da praga por meio da utilização da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt).

A tecnologia criada pelos pesquisadores permite que o bioinseticida ataque a praga em sua fase embrionária, antes que cause danos às plantações, ao contrário dos demais métodos existentes na atualidade, que atuam apenas na fase larval da lagarta e não impedem que haja danos iniciais. Segundo o Prof. Ricardo Polanckzyk, da Unesp de Jaboticabal, o desenvolvimento do bioinseticida foi possível graças a um estudo minucioso das estruturas do ovo da lagarta, que permitiu aos pesquisadores identificar uma forma de introduzir a Bt e eliminar o embrião em desenvolvimento.

“O uso de bioinseticidas como o Bt apresenta vantagens significativas em relação aos inseticidas convencionais, pois preserva os serviços ecossistêmicos, como polinizadores e inimigos naturais da praga. Além disso, o Bt apresenta uma solução inédita e é compatível com a agricultura orgânica, permitindo aos agricultores obterem um maior valor agregado por seus produtos”, afirma o pesquisador.

Fonte: Milena Almeida

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