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Chuvas trazem perspectiva de bom desempenho na recria do gado

A chegada da época das águas traz boas perspectivas na recria do gado, uma vez que o rebanho dispõe de uma maior disponibilidade e qualidade das pastagens para se alimentar, o que ajuda no ganho de peso. Ao mesmo tempo, é um período que traz desafios no manejo dos animais que, se não corrigidos, podem prejudicar sua saúde.

“As chuvas favorecem o crescimento e desenvolvimento das forragens, o que significa abundância de pasto com maior volume de massa verde para o gado”, explica o zootecnista e diretor técnico industrial da Connan, Bruno Marson. “Além disso, em comparação à época das secas essas pastagens possuem maior teor de proteína e nutrientes que são essenciais para o desenvolvimento dos animais em fase de crescimento. ”

Com o pasto de qualidade e em boa quantidade, o produtor tem a perspectiva de um alto potencial de ganho de peso e de expressar seu potencial genético. Marson fala que os animais de recria apresentam ganhos de peso diário significativos (podendo chegar a 700g a mais de 1kg/dia com suplementação adequada), com consequente redução do tempo até o abate ou da idade de entrada na reprodução.

“Com essas vantagens a propriedade consegue ter mais rentabilidade, uma vez que a produção de arrobas nessa época é mais econômica, pois se aproveita a base volumosa da pastagem, que tem custo de produção menor”, destaca.

Cuidados no manejo

As boas perspectivas da época, porém, podem ser prejudicadas por alguns fatores comuns ao período, como o aumento de doenças e parasitas. Isso ocorre porque a maior umidade e o calor produzem ambientes próprios para a proliferação de bactérias, parasitas e insetos (como carrapatos e moscas), que acarretam doenças como problemas de casco (pododermatite), mastite e verminoses.

Outro desafio do período é a formação de áreas enlameadas que causam desconforto aos animais, principalmente ao redor dos cochos de suplementação. “A diminuição de consumo também ocorre porque a chuva pode molhar o suplemento mineral nos cochos, comprometendo sua disponibilidade e palatabilidade. Para evitar esses problemas, o ideal é adotar cochos cobertos ou suplementos específicos para garantir o consumo adequado”, detalha Marson.

O zootecnista também lembra que o rebanho pode sofrer com diarreia ou problemas intestinais com a mudança repentina de uma dieta seca e fibrosa para uma pastagem tenra e rica, e orienta que o manejo de transição seja feito com ajustes na suplementação, para que o animal se adapte à nova alimentação.

Otimização do desempenho

O manejo proativo é fundamental para que o desempenho na recria durante as chuvas seja positivo. Uma medida que pode auxiliar nesse período é o manejo adequado da pastagem para garantir que os animais consumam forragem de boa qualidade e evitar o superpastejo e a formação excessiva de lama.

No caso da suplementação, ela deve ser feita de forma estratégica, com a escolha dos produtos dependendo dos objetivos de ganho de peso, para maximizar o aproveitamento do pasto e fornecer os nutrientes que a forragem, mesmo de boa qualidade, não supre totalmente.

Os animais também precisam ter à disposição áreas de descanso secas e de preferência sombreadas. Por fim, o produtor deve implementar na fazenda um protocolo sanitário eficaz, incluindo vacinação e controle rigoroso de parasitas internos e externos, além de atenção especial à higiene e prevenção de problemas de casco.

“Esse planejamento deve começar já na época das secas, para quando chegarem as águas tudo estar em andamento, sem necessidade de improvisações ou adaptações de última hora. Seguindo essas orientações, o desempenho na recria durante as chuvas tende a ser bastante positivo”, finaliza Marson.

Fonte: Ana Flávia Gimenes – Attuale Comunicação

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