O país importa 60% da soja comercializada no mundo
Em entrevista para o jornal oficial People’s Daily, o presidente da estatal chinesa COFCO, Yu Xubo, afirmou que a China pode aumentar as importações de soja de outros países para reduzir a dependência de compra dos Estados Unidos. Segundo ele, a América do Sul vem se mostrando como a principal alternativa para conseguir superar a guerra comercial entre os dois países.
“No longo prazo, a América do Sul e a área do Mar Negro ainda têm grande potencial em suas terras aráveis e podem desempenhar um papel maior no sistema mundial de fornecimento de soja”, comenta.
De acordo com o presidente da maior empresa de vendas de grãos da China, o país oriental pode comprar mais canola, sementes de girassol e trazer mais farelo de soja, farelo de canola, farelo de girassol e farinha de peixe para preencher as lacunas de abastecimento. O aumento das importações de carne também pode se tornar uma opção, dependendo dos rumos que a disputa irá tomar.
A guerra comercial se agravou nos últimos dias depois que o governo Trump anunciou uma redução de 10% das tarifas sobre um valor adicional de US $ 200 bilhões em importações chinesas. Nesse cenário, estimativas do Rabobank indicaram que a China precisará comprar 15 milhões de toneladas de feijão dos Estados Unidos, mesmo com as novas tarifas, porque não existem fontes alternativas do grão em outros países produtores como Brasil e Argentina.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que a soja esmagada para produção de óleo de cozinha foi a maior exportação agrícola dos EUA para a China em 2017, no valor de US $ 12,3 bilhões. O país, que importa 60% da soja comercializada no mundo, comprou 32,9 milhões de toneladas dos norte-americanos no ano passado, respondendo por 34% do total de compras.
Fonte: Agrolink/Por Leonardo Gottems
Crédito Imagem: Domínio Público/Pixabay