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CERC e Sintropica anunciam primeiro registro de CPR Verde para restauração de floresta nativa no país

Registro inédito liderado pelas duas empresas em parceria com a Assobio Soluções Socioambientais visa alavancar o financiamento privado para restauração de uma área florestal em Piracicaba, interior de São Paulo

A CERC, infraestrutura de mercado financeiro especializada em recebíveis, anunciou na terça-feira (11) o registro da primeira CPR Verde com finalidade de restaurar uma floresta nativa no Brasil. A operação foi coordenada pela Sintropica Capital Natural, agtech focada em pagamentos por serviços ambientais, que alavancou o financiamento privado para esse reflorestamento. A CERC atuou fornecendo a infraestrutura para o registro do ativo.

A restauração será de uma área em uma fazenda de cana-de-açúcar às margens do Rio Piracicaba, onde já há uma preparação para o plantio de mudas de espécies nativas. “Nosso time trabalhou para viabilizar essa importante iniciativa que está em linha com o propósito da CERC em impactar positivamente a sociedade. Neste caso, gerando negócios e contribuindo com o crescimento sustentável do agronegócio, que move a economia do país”, afirma Fernando Fontes, CEO da CERC.

Desde a publicação do Decreto Federal nº 10.828, que regulamentou a CPR Verde em outubro de 2021, o mercado expressou dúvidas sobre quais seriam as metodologias e procedimentos para a utilização deste tipo de instrumento financeiro. Para Fernando Henrique de Sousa, CEO da Sintropica, essa ação é um grande marco na união entre e produção e preservação da natureza.  “Com essa operação, mostramos que o agronegócio pode conciliar produção e meio ambiente, de maneira lucrativa”, explica o executivo.

Para fazer frente a este desafio, o time da Sintropica desenvolveu uma solução digital para gerenciar as informações do ativo ambiental e a custódia de dados da operação financeira. A empresa tem investido em pesquisa e desenvolvimento de modelos de valoração de serviços ambientais e na implantação de sistema de processamento de dados. O desenvolvimento tecnológico contou com o suporte da CERC para a adaptação de sua estrutura de registros de CPRs, tradicionalmente voltada para informações sobre sacas de grãos ou outros produtos agrícolas.

A infraestrutura de mercado financeiro e a agtech agora planejam novos passos: incluir a CPR Verde em operações estruturadas, como CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), os novos FIAGROS e tokens. As duas empresas vislumbram um cenário onde o investidor estará cada vez mais atento à gestão de risco climático dos títulos do agro. Operações que contam com CPR Verdes originadas em fazendas que realizam cuidados com a conservação do solo e a proteção da floresta nativa, são mais resilientes a quebras de safra em anos de crise hídrica, como ocorreu em 2021.

O trabalho da CERC nesse processo é oferecer um ambiente para registro da CPR Verde, conferindo a ela validade e eficácia. A companhia garante a publicidade perante terceiros, possibilitando o uso como garantia para outras operações, e um ambiente para emissão de certidão eletrônica, sendo 100% digital. Custos previsíveis e conciliação automática são algumas das vantagens oferecidas pela infraestrutura de mercado financeiro a seus clientes.

Ambiente de crescimento

A beneficiária desse registro da CPR Verde é uma empresa especializada em restauração ecológica sediada em Botucatu, no interior de São Paulo. Atuando em diversas regiões do estado de São Paulo, onde já há um mercado regulado de restauração florestal, a Assobio Soluções Socioambientais é formada por engenheiras agrônomas e florestais e vem desenvolvendo diversos projetos de restauração ecológica para concessionárias de rodovias, empresas com processos de licenciamento e fazendas em processo de adequação ao Código Florestal.

Para garantir o capital de giro necessário para ampliar suas operações, a Assobio encontra dificuldades junto ao setor bancário. A empresa relata que a CPR Verde preenche essa lacuna e pode ser fundamental para destravar o setor bancário, por ser um título que viabiliza o financiamento de investidores interessados que lucram ao participar dos resultados econômicos dos serviços de restauração.

Fonte: Matheus Correia

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