Uma das referências na América Latina no desenvolvimento de tecnologia de aplicação de agroquímicos, o Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC), firmou no ano passado uma parceria com a Fundação Coopercitrus Credicitrus. A cooperativa sediada em Bebedouro e o órgão, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, iniciaram uma mobilização para promover o uso correto de drones nas aplicações de defensivos agrícolas.
Lançado durante a Agrishow de 2024, o programa Drones SP busca, por meio de parcerias, intensificar a pesquisa e a transferência da tecnologia a cultivos de pequeno porte, como a hortifruticultura e também às chamadas culturas de valor agregado, entre estas soja e milho. Agora, como uma estratégia para intensificar a adesão de empresas parceiras ao projeto, CEA-IAC e Fundação Coopercitrus Credicitrus anunciam a criação do Fórum de Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologia de Aplicação com Drones.
“Trata-se de uma iniciativa focada no desenvolvimento da tecnologia. Independentemente do tamanho da propriedade do produtor, nosso objetivo é fazer com que ele passe a utilizar o equipamento ciente dos benefícios e até mesmo das limitações dessa prática”, resume Hamilton Ramos, coordenador do programa e diretor do CEA-IAC.
Por meio da parceria com a Fundação Coopercitrus Credicitrus, diz Ramos, o programa Drones SP já chegou a áreas produtivas do Circuito das Frutas, na região de Jundiaí SP e se estenderá a propriedades de cooperados da Coopercitrus nas culturas de soja, milho, citros e cana-de-açúcar.
Como o uso de drones nas pulverizações ainda constitui uma tecnologia nova, o pesquisador entende ser necessário ampliar as pesquisas básicas e o treinamento de produtores “para tirar o melhor resultado quanto à eficácia do equipamento no controle de pragas, doenças e plantas daninhas”. “Por outro lado, o agricultor precisa conhecer atuais benefícios e limitações do equipamento em certas condições. Drone ainda não resolve tudo, embora seja promissor e potencialmente evolutivo.”
Fórum de Pesquisas e grandes companhias
No mês passado, informa Ramos, um encontro envolvendo grandes companhias das áreas de máquinas agrícolas e agroquímicos ocorreu na paulista Jundiaí, onde fica a sede do CEA-IAC. O objetivo foi apresentar o Fórum de Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologia de Aplicação com Drones a novas empresas parceiras.
“Pelas diretrizes do Fórum, a partir de agora a coordenação técnica e os ensaios de laboratório do Drones SP serão conduzidos pelo IAC, enquanto as avaliações de campo sobre plantios e culturas agregados ao programa estarão a cargo da estação experimental da Coopercitrus Credicitrus, em Bebedouro (SP)”, adianta Ramos.
Sob a perspectiva do Fórum, ele acrescenta, há expectativa de colher novos resultados, relevantes, não necessariamente vinculados a marcas de drones ou de produtos agroquímicos, para embasar o avanço da tecnologia na indústria e no campo. “As empresas cotistas do Drones SP poderão utilizar dados extraídos das experiências do Fórum, visando a desenvolver protocolos específicos para seus produtos e suas iniciativas na área”, conclui Ramos.
Fonte: Fernanda Campos