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Caulim processado protege as bordas dos pomares da entrada de psilídeos

Uma pesquisa realizada pelo Fundecitrus demonstrou que o caulim processado reduz a entrada do psilídeo Diaphorina citri, transmissor do greening (huanglongbing/HLB), nos pomares de citros, sendo um produto alternativo para o manejo do inseto na bordadura das propriedades, local onde ele predominantemente se instala.

O caulim processado é um silicato de alumínio não tóxico formulado especificamente para pulverização em cultivos agrícolas. Quando misturado a água e pulverizado sobre as plantas, forma uma camada branca protetora que reflete a radiação solar – reduz a temperatura da folha e mitiga queimaduras do sol – e dificulta o reconhecimento das plantas pelos insetos.

“O estudo mostrou que o caulim processado é eficiente para prevenir a infestação de psilídeos, interferindo negativamente na habilidade do inseto de encontrar as árvores de citros”, afirma o pesquisador do Fundecitrus e coordenador do trabalho Marcelo Miranda.

Laboratório e campo

Dois experimentos foram conduzidos em laboratório. No primeiro, para avaliar o pouso do psilídeo, insetos foram liberados em plantas pulverizadas com caulim processado nas concentrações de 3%, 5% e 7% e em plantas pulverizadas com água.

Como resultado, o caulim processado diminuiu em 40% o número de psilídeos que pousou nas plantas tratadas em comparação com as pulverizadas somente com água.

No segundo experimento, para avaliar o comportamento alimentar do psilídeo em mudas com brotos pulverizadas com caulim processado nas concentrações 3% e 5%, insetos foram colocados nas superfícies das plantas e monitorados eletronicamente com o uso de uma técnica que identifica todas as suas atividades alimentares. Plantas pulverizadas somente com água foram novamente utilizadas.

Observou-se que, independente dos tratamentos, 90% dos psilídeos penetraram seus estiletes (aparelho bucal) nas plantas. No entanto, o caulim processado reduziu em 50% a quantidade de insetos que atingiu o floema na comparação com as plantas não tratadas. “Os resultados sugerem que as mudas tratadas com caulim processado podem reduzir a probabilidade de transmissão da bactéria causadora do greening, pois o psilídeo adquire a bactéria e contamina novas plantas durante a alimentação no floema”, explica Miranda.

No campo, outros três experimentos foram realizados para observar o efeito do caulim processado no pouso do psilídeo, simulando a chegada de insetos vindos de pomares abandonados. Cada experimento foi dividido em parcelas com plantas pulverizadas com caulim processado na concentração de 3% (uma pulverização dez dias antes e outra no dia da soltura dos psilídeos) e plantas não tratadas: (1) 4.400 psilídeos soltos próximo a pomar sem brotos (2); 4.400 psilídeos soltos próximo a pomar com brotos; e (3) 4.400 psilídeos soltos próximo a pomar com brotos, e uma liberação adicional de 4.400 insetos ocorreu após sete dias.

Verificou-se que duas aplicações de caulim processado 3% resultaram em uma redução de 98% (experimentos 1 e 2) e 85% (experimento 3) do número de psilídeos que pousaram nas laranjeiras. A menor redução observada no experimento 3 ocorreu devido ao maior número de insetos liberados e também a um período mais longo de avaliação, que permitiu o crescimento das brotações.

“Assim, nos períodos de emissão de brotações, uma aplicação adicional deve ser realizada para prevenir a presença de psilídeos e proporcionar redução do inseto próxima a 100%. Essa proteção extra nas brotações é importante porque folhas jovens são mais suscetíveis à inoculação”, diz.

De acordo com Miranda, os resultados indicam que o caulim processado tem grande potencial para ser incorporado ao controle do greening. “A combinação de pulverização de caulim processado com inseticidas pode ser uma estratégia eficaz para o manejo da doença nas bordas”, indica.

Fonte: Fundecitrus

Crédito: Fundecitrus

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