O preço das proteínas deve subir até 50% de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A elevação da carne de boi aumentou a busca por opções mais em conta como carne suína, de frango e os ovos.
Mas produtores dessas proteínas estão fortemente afetados pelos custos de produção. O índice de Custo de Produção de junho, medido pela Embrapa Suínos e Aves, aumentou 52,3% para frangos e 47,53% para suínos.
A pressão vem da valorização dos principais componentes da ração, como milho e farelo de soja. O grão teve alta média de 80% no último ano, saindo de R$ 40 para mais de R$ 100 em algumas regiões. Já a tonelada da oleaginosa aumentou em uma média de 60 a 80%, ultrapassando os R$ 2,6 mil a tonelada. Os impactos podem ser ainda maiores com a quebra da safrinha de milho devido à condições climáticas, especialmente no Paraná, onde algumas regiões podem quebrar em 70%.
No ICP o custo da nutrição corresponde a 75% em frangos e a 80,8% em suínos. Segundo o presidente da ABPA, Ricardo Santin, as empresas irão repassar, de forma integral, esse aumento nos custos de produção parara o preço de frangos e suínos e impactar os consumidores e isso pode ocorrer já neste mês.
“À medida que os estoques do milho e farelo de soja, comprados por um preço menor ano passado, acabarem, os criadores de frangos e suínos, granjas e empresas, terão de adquirir os grãos no preço atual, bem mais caro, e aí farão o repasse dos custos”, disse.
Outro cenário também vem colaborando para a alta dos preços: a maior demanda chinesa. As aquisições chinesas de carne bovina in natura do Brasil foram de US$ 324,92 milhões (alta de 30,9%), equivalentes a 52,6% do valor total exportado para o mundo. Os dados são de março deste ano.
No caso da carne suína in natura, o país asiático aumentou as compras em 61,2% em março, na comparação com março de 2020. Com esse incremento, as exportações chinesas atingiram US$ 148,38 milhões ou 60,7% do valor total enviado para fora pelo Brasil.
As vendas externas de frango registraram aumento de 8,1% no valor exportado, passando de US$ 545 milhões em março de 2020 para US$ 589 milhões. O volume subiu 11,8%, enquanto o preço médio caiu 3,3%.
Fonte: Agrolink