O plantio de soja não transgênica no Brasil representa cerca de 2% da área de cultivo dessa oleaginosa, de acordo com a SNA (Sociedade Nacional de Agricultura). Para a Caramuru Alimentos S.A., empresa 100% brasileira de processamento de soja, milho, girassol e canola, porém, ela é uma parte importante do negócio da empresa: 27% do volume em relação à soja transgênica. E, para os próximos anos, a empresa quer mostrar aos produtores que essa alternativa de cultivo pode trazer vantagens competitivas e financeiras no longo prazo, sendo interessante para quem busca diversificar a sua produção.
A produtividade é um dos principais aspectos desta cultura, pois ela tende a ser semelhante à soja transgênica, com um custo também similar. Por isso, uma vantagem competitiva que o produtor pode ter é no prêmio pago para quem opta pela soja não transgênica, que funciona como um atrativo para quem escolhe este cultivo. “Esta é uma forma de motivar os produtores, para que sejam compensados ao seguirem um produto que apresenta dificuldades semelhantes às da soja transgênica, mas que, por ser menos cultivado no Brasil, ainda precisa de um estímulo do mercado”, diz Marcos de Melo, Gerente de Insumos Agrícola da Caramuru. “Nossos clientes de farelos de soja não transgênica estão na Europa, que adquiriram este produto para usá-lo na alimentação de aves, suínos e peixes. Ao final de cada ciclo, eles premiam a Caramuru, que repassa parte da premiação à cadeia produtiva”, comenta.
Um diferencial deste cultivo na Caramuru é que ele agrega valor e é bem visado no mercado europeu. Isso ocorre porque o preço dela é diferente do praticado com a soja transgênica, uma vez que os valores variam de acordo com a demanda dos consumidores europeus. Por não ser transgênico, eles conseguem vender as carnes desses animais por um preço maior, daí a agregação de valor e o produto ser bem visto pelos compradores na Europa.
A Caramuru tem o cultivo da soja não transgênica nas seguintes regiões: Sorriso (MT) e região, além de Goiás (Sul, Sudoeste e Leste do estado).
Nestas áreas, todos os produtores de soja convencional (ou não transgênica) receberam o Selo Sustentar, para averiguação da rastreabilidade livre de desmatamento, o que garante a aplicação dos conceitos de sustentabilidade em toda a cadeia produtiva da empresa, desde o fornecimento de matéria-prima até ao que é exportado, dados as altas exigências do mercado europeu. Em 2023, através da Certificação Sustentar mais de 175 produtores foram atendidos pela empresa com análise e suporte técnico para a melhoria das práticas agronômicas e gestão das propriedades agrícolas.
“Este é um cultivo que pode ser muito vantajoso para o produtor, pois tem sido recebido de forma muito positiva na Europa. Apesar de ser cultivado em apenas um percentual pequeno das áreas do Brasil, enxergamos o cultivo da soja não transgênica com muito potencial de crescimento nos próximos anos. Esperamos ajudar nossos produtores a cada vez mais conseguir expandir essa área de cultivo aqui no Brasil”, comenta Marcos de Melo.
Fonte: Carina Rossi Morpurgo
