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Canibalismo em suínos pode levar à perda de carcaças no abate

O canibalismo em suínos acontece quando os animais passam a morder caudas, orelhas ou outras partes do corpo de outros suínos. Esse comportamento provoca feridas que podem sangrar, infeccionar e comprometer a saúde de todo o grupo, além de gerar prejuízos para os produtores. Um levantamento realizado em Concórdia (SC), com acompanhamento do Serviço de Inspeção Federal (SIF), apontou que, de mais de 410 mil suínos abatidos, 2,13% das carcaças foram condenadas em razão das lesões causadas pela prática.

De acordo com Gladstone Brumano, consultor técnico da MCassab Nutrição e Saúde Animal, os sinais começam cedo. “Quando um animal passa a morder com frequência, mesmo sem machucados aparentes, já é um alerta. O canibalismo não é um instinto natural, é uma resposta ao estresse. O suíno morde porque está desconfortável, seja pela falta de espaço, pelo calor ou até por problemas na alimentação.”

Manter um bom manejo (com espaço adequado, acesso constante a água e comida e temperatura controlada) é importante para reduzir a agressividade. Mas, segundo Brumano, nem sempre isso é suficiente. “Mesmo em granjas bem organizadas, surtos podem acontecer se houver muito calor, doenças ou deficiências na dieta. É um problema que nunca tem uma única causa.”

A alimentação dos animais também faz diferença. Alguns nutrientes ajudam a reduzir a irritabilidade e a impulsividade, como o triptofano, que estimula a produção de serotonina, além de minerais como sódio, zinco e magnésio. Fibras, tributirina (butirato de sódio) e probióticos contribuem para uma digestão melhor, diminuindo desconfortos que causam agitação aos suínos, que podem desencadear mordeduras.

“O ambiente também é importante. Ciclos de luz equilibrados, ventilação adequada e até objetos para os animais explorarem dentro do espaço, ajudam a diminuir as mordidas”, explica o consultor técnico da MCassab. “Quando somamos manejo, nutrição e ambiente de qualidade, conseguimos reduzir drasticamente os casos de canibalismo nas granjas.”

Para os produtores esse não é um problema que se resolve de forma isolada. Cada ferida é um sinal de alerta de que algo precisa ser ajustado. “Investir em prevenção é mais barato do que arcar com as perdas depois. Cuidar do bem-estar animal também é cuidar da produtividade”, conclui Gladstone Brumano.

Fonte: Graziele Oliveira – Grupo Texto 

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