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Calcário

Aumento no consumo demonstra cuidado e qualidade do solo

Mineral alcalino elimina acidez do solo e auxilia na absorção de adubos e fertilizantes; incremento na produtividade e qualidade da cultura está associada à calagem

Por Fabíola Karen

O agro brasileiro alimenta o mundo. Segundo estudo divulgado pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas – Sire – da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) em abril deste ano, entre 2011 e 2020 a participação da produção brasileira no cenário mundial cresceu de 6% para 8%. São cerca de 800 milhões de pessoas alimentadas pelo país (incluindo a população brasileira e de outros países). Com expectativas ainda maiores para os próximos anos, a preparação do solo ganha um papel ainda mais essencial para as culturas agrícolas e produções pecuárias.

Segundo dados da Associação Brasileira de Produtores de Calcário Agrícola (Abracal), o consumo de calcário no país aumentou cerca de 4,6% entre 2019 e 2020, atingindo 45 milhões de toneladas do mineral. Mato Grosso lidera o topo da lista, com cerca de 9,5 milhões toneladas de consumo. Essa alta demonstra o compromisso do produtor rural com o cuidado e qualidade do solo.

O calcário é o principal insumo utilizado para a correção e formação do perfil do solo. A aplicação, além da correção da acidez (característica marcante em grande parte dos solos brasileiros) melhora as características químicas, físicas e biológicas do solo, eleva a eficiência dos fertilizantes e aumenta a disponibilidade de nutrientes. No caso do calcário calcítico, rico em cálcio, há o estímulo do crescimento das raízes, o que auxilia a planta na exploração de água e nutrientes em profundidade.

“A correta calagem do solo auxilia no aumento da resistência da planta, principalmente em momentos de alterações climáticas”, aponta Ricardo Dietrich, presidente do Sindicado das Indústrias de Extração de Calcário de Mato Grosso (Sinecal-MT). “O insumo incrementa a produtividade do solo e colabora em não desperdiçar adubos e fertilizantes, pois auxilia sua incorporação ao solo. É mais produção na mesma área plantada”.

A comparação entre custo e benefício é positiva para a aplicação da calagem. Produto de baixo custo, o insumo agrega uma série de benefícios ao solo e às plantas, como a neutralização do alumínio tóxico, correção do pH, aumento da disponibilidade de nutrientes e facilita a absorção de adubos e fertilizantes. Ou seja, além do solo e das plantas, a calagem traz vantagem para o bolso do empresário rural.

“O benefício é enorme”, afirma João Bellato, presidente da Abracal. “No fertilizante e na adubação, se você estiver com o solo corrigido, você pode consumir menos adubo. Ou a mesma condição de adubo será potencializada, trazendo mais retorno”. De acordo com a entidade nacional, o consumo ideal de calcário no Brasil seria de cerca de 70 milhões de toneladas.

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