O zumbi vagaroso
A McKinsey, uma das mais renomadas consultorias estratégicas do mundo, destacou os principais fatores influenciadores da demanda de proteína de carne mundial. Dentre eles, fatores demográficos, culturais e a dinâmica de mercados emergentes e estabelecidos – como a China.
Nenhuma novidade até aqui. O que salta aos olhos, são as duas importantes conclusões que podemos tirar para agricultores e pecuaristas:
- Atenção às mudanças de demandas que devem ser rapidamente incorporadas junto às estratégias operacionais, e de investimentos na produção primária, e;
- A construção de habilidades análiticas e aprimoramento de processos de gestão, o que permitirá reagir às mudanças, de maneira rápida e eficaz.
Em suma, sua capacidade de estruturar análises e, a partir daí coletar, processar, analisar e transformar dados em tomada de decisão acertada. Ferramentas de controle e armazenamento de dados não serão o bastante.
Tornarão caras e complicadas as suas rotinas de gestão, sem agregar valor para tomada de decisão. Algo em mente para isso? O casamento entre gestão e tecnologia já aconteceu. Quão rápido você consegue tomar uma decisão bem informada, hoje, produtor?
A múmia cega
Saiu o 14º anuário das maiores empresas do agronegócio, publicado pela Editora Globo. Dentre o apresentado, vale ressaltar um ponto, comparando duas grandes: a SLC Agrícola e a 3 Corações. Margem de lucro líquido: 21,7% para SLC, contra 10,8% da 3 corações.
Isso significa que a SLC Agrícola foi melhor? Finanças não é sinônimo de matemática simples. É a capacidade de transformar números em tomada de decisão, para atingir maiores retornos econômicos.
Neste caso, a 3 Corações apresenta 19% de retorno em comparação aos 8% da SLC. A prova de que lucratividade não é tudo! Indicadores de lucratividade são indicados para certos negócios, mas não para outros.
Um sojicultor com máquinas terceirizadas que apresenta 10% a menos de margem de lucro do que outro com máquinas próprias, possivelmente está tendo um retorno muito maior na produção agrícola.
Não tome decisões às cegas! Tome cuidado ao confiar em análises de prateleiras. Sem considerar a realidade do seu negócio.
A assassina dos sonhos
O quarteto ABCD – ADM, Bunge, Cargill e Louis Dreyfus (LDC) – anunciou uma iniciativa em conjunto para digitalizar e padronizar o transporte mundial de commodities. Através do uso da tecnologia digital, o quarteto pretende simplificar processos, reduzindo custos e tempo associados.
Mais um elo da cadeia do agronegócio adotando estratégias de digitalização. Não há mais dúvidas. A digitalização é uma realidade. Os benefícios são muitos, assim como as soluções, que precisam ser avaliadas. E, uma coisa é certa.
Produtores que não acompanharem a digitalização do setor vão ficar para trás – principalmente pelo tempo que uma tomada de decisões levará, frente ao seus pares.
Se seus vizinhos reduzem custos com a digitalização, possivelmente reduzirão também o preço pago pela sua commodity, o que pode te colocar fora do jogo. Você já pensou sobre isso? O uso de tecnologias está mudando o cenário do agro. Você está acompanhando a mudança?
O Frankenstein despedaçado
A Yara divulgou incremento de 9% nos resultados do 3º trimestre deste ano, totalizando U$ 98 milhões. O aumento veio principalmente do incremento de preços, que foram maiores do que o incremento de custos. Incremento de preços é bom?
Sim. Mas, depende. Muitas vezes um resultado positivo pode ser ruim, pois a meta definida era muito maior. Metas funcionam como termômetros, ou indicadores, que permitem avaliar a eficácia, ou desempenho da estratégia ou planejamento elaborado.
Não basta determinar uma meta ao acaso: “Quero crescer 10% no próximo ano”. Além de subjetivo, esta meta pode confundir muito a equipe de campo – afinal, o que significa exatamente “crescer 10%”? Metas precisam ser bem elaboradas.
Através de boas práticas, as metas vão motivar, guiar e engajar colaboradores de todo o agronegócio.
Fonte: Perfarm
