Depois de ciclos promissores em culturas como café e mais recentemente citros, um biofertilizante de base orgânica que vem ganhando espaço no mercado agora passa a ser utilizado também em lavouras de algodão. A expansão para a nova cultura reforça o potencial do produto como ferramenta de manejo sustentável, com benefícios que vão além da produtividade.
Em áreas de café, Keep Green registrou aumento médio de produtividade na casa dos 23% e melhora visível na redução do aspecto de escaldadura das plantas. No caso dos citros, os protocolos de pesquisas revelaram incremento de 89,3% em produtividade, além de ganhos na qualidade dos frutos, especialmente em períodos de estresse térmico – alcançando até 1.104 caixas por hectare.
A introdução no algodão começa em áreas comerciais localizadas no Mato Grosso e Oeste da Bahia, com acompanhamento técnico de pesquisadores e engenheiros agrônomos de consultorias destaques da cultura. A expectativa é validar em campo os mesmos efeitos positivos já observados em outras culturas — com foco na potencialização da fotossíntese, resposta metabólica das plantas e resiliência ao estresse ambiental.
“O algodão é sensível ao estresse térmico, especialmente em temperaturas elevadas, que podem afetar negativamente o desenvolvimento da planta e a qualidade da fibra. Por isso, toda tecnologia que consiga melhorar a eficiência fisiológica da lavoura, contribuindo para a redução de perdas em qualidade e rendimento, ganha relevância”, afirma dra. Maria Gabriela Lanza, gerente de Produtos Foliares da ICL.
Classificado como biofertilizante pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Keep Green age de forma indireta sobre o metabolismo vegetal, otimizando processos de absorção de luz pelas folhas e translocação de fotoassimilados.
Além do desempenho técnico, o avanço desse tipo de tecnologia se conecta com a agenda ESG do agronegócio — especialmente em setores como o algodão, onde as exigências por rastreabilidade e boas práticas ambientais são cada vez mais rígidas, tanto para o mercado interno quanto para exportação.
“Mais do que produtividade, estamos falando de um novo paradigma de manejo, que combina eficácia agronômica e sustentabilidade real. O algodão desempenha um papel crucial na agricultura brasileira, sendo de grande importância econômica e social, e por isso estudamos a fundo a viabilidade dessa tecnologia para contribuir com a soberania da cotonicultura nacional”, completa Maria Gabriela.
Tecnologia fisiológica para mitigar estresses abióticos
Composto por ativos de origem natural e inspirado nos princípios da Biomimética, Keep Green atua diretamente na fisiologia da planta, aumentando a concentração de clorofila, a taxa fotossintética e a abertura dos estômatos — o que melhora a regulação térmica das folhas e reduz o estresse oxidativo causado pelo excesso de radiação solar. O resultado prático é uma planta mais verde, mais produtiva, com maior retenção de maçãs, aumento de qualidade de fibras e rendimento.
Além da formulação inédita no Brasil, a solução se destaca por sua aplicação simples e efeito fisiológico duradouro e residual durante os meses de maior estresse nas plantas. Os ensaios em algodão no Oeste da Bahia revelaram resultados surpreendentes, com incrementos de rendimento de até 17,55% na produtividade da cultura do algodão. Atualmente estão sendo desenvolvimento cerca de 40 campos em todo Brasil, que correspondem a uma área de mais de 400 mil ha impactados para a disseminação da tecnologia.
Investimento em P&D para avanços em nutrição e fisiologia
O desenvolvimento de Keep Green levou mais de cinco anos de pesquisas e R$ 6 milhões em investimentos para o seu lançamento. Para outras culturas, como o algodão, foram mais três anos e um aporte anual de cerca de R$ 1 milhão – reforçando seu compromisso global com a inovação em nutrição e fisiologia vegetal, apenas em 2025, a ICL está investindo US$ 73 milhões em P&D no mundo, um crescimento de 10% em relação ao ano anterior.
Fonte: Cláudia Rodrigues Santos Nunes