Gestão começa com a avaliação das potências e fraquezas da própria fazenda e, a longo prazo, o que parece despesa, torna-se investimento
Adotar práticas de bem-estar animal tem sido um movimento constante nas propriedades pecuárias, que buscam, com essas condutas, agregar valor à produção e oferecer melhor qualidade de vida ao rebanho.
O pecuarista que une o planejamento e a gestão empresarial aos financiamentos das estruturas do bem-estar animal acaba por gerar um impacto positivo no sucesso do seu negócio. Esse processo deve começar com a análise das potências e das fraquezas da própria fazenda. A longo prazo, o que parece despesa, torna-se investimento, uma vez que as melhorias podem elevar consideravelmente a produtividade e a qualidade dos resultados.
“A dúvida, muitas vezes, levantada pelos fazendeiros é: ‘por onde começar?’. A grande chave para a mudança é começar aos poucos, analisando os pontos positivos e negativos dentro da realidade que a fazenda está inserida e entender quais os mais urgentes e quais precisam de mais investimento e tempo para ser realizado”, opina o zootecnista e supervisor técnico da Connan, Bruno Marson.
Neste sentido, é importante fazer essa análise da fazenda levando em consideração sua infraestrutura e o quanto estão adequadas para que o rebanho possa desfrutar das cinco liberdades do bem-estar, como ambientes com temperatura e umidade ideais, com espaço suficiente para poderem se locomover e deitar, cochos no tamanho certo, ventiladores que permitam uma boa vazão de ar, bebedouros com água de qualidade e pisos que não danifiquem patas e cascos, por exemplo.
“Porém, existe um ponto de atenção que vai além da estrutura física da propriedade. Trata-se da capacitação da equipe que vai lidar com os animais. Se os funcionários que lidam com os animais no dia a dia não têm conhecimento em como tratá-los, certamente os bovinos ficarão estressados, mesmo diante das boas condições” explica Marson.
Para Bruno, por isso, é importante fazer um planejamento e análise antes de realizar, de fato, o investimento excessivo em instalação quando, na verdade, o foco pode ser angariar fundos para investir na capacitação da mão de obra da fazenda. “O bom planejamento começa com organizações pontuais e assertivas, na maioria das vezes”, pontua.
As 5 liberdades do bem-estar animal foram instituídas pelo grupo Farm Animal Welfare Comittee. De acordo com os princípios, os animais devem estar livres de medo e estresse; livres de sede e fome; livres de qualquer desconforto; livres de dor e doenças e livres para expressarem seu comportamento natural.
Bem-estar animal
O bem-estar animal é, de maneira simples e objetiva, o estado em que os animais se encontram quando são fornecidas todas as condições para que eles vivam em sua zona de conforto. Independente da finalidade para a qual o animal é criado, as condições são ajustadas e controladas de tal modo que, dentro das suas necessidades específicas, eles sejam capazes de produzir mais e melhor, com qualidade de vida.
Cada animal tem o seu metabolismo, suas carências e sua forma de responder ao mundo que lhe cerca. Portanto em cada sistema produtivo, seja na suinocultura, avicultura ou pecuária, por exemplo, as circunstâncias em que elas são mantidas e o modo como são manejadas serão diferentes.
“Vale dizer que investir em bem-estar animal não significa apenas ganho econômico ou para atender às exigências do consumidor atual. O investimento em bem-estar animal é, cada vez, mais uma questão de responsabilidade ética”, ressalta Marson.
Fonte: Attuale Comunicação