Os produtores rurais de Goiás podem contar com R$ 11,5 bilhões em recursos subsidiados (juros de 7,5% a 8,5% ao ano) no Banco do Brasil para financiar a safra 2017/18 – um aumento de 63% em relação aos R$ 7,03 bilhões disponibilizados no ciclo recém-concluído. Do montante anunciado nesta terça-feira (11/7), em Goiânia, R$ 8,6 bilhões serão destinados ao custeio e comercialização e R$ 2,9 bilhões para investimentos.
O banco também vai disponibilizar recursos oriundos de LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) a taxas controladas de 9,0% a 12,75% a.a. As contratações foram iniciadas no dia 3 de julho.
Segundo o gerente de Mercado Agro do BB em Goiás, Rodrigo Roberto dos Santos, a instituição detém 82% de participação no sistema de crédito rural no Estado e está se esforçando para atender bem seus clientes. “Muito mais que disponibilizar crédito, ele tem que chegar na ponta, na mão de quem produz”, afirmou.
Neste sentido, explicou Rodrigo, o banco vem investindo em inovação digital. O sistema Esteira Agro BB, que libera crédito de forma mais rápida, conseguiu reduzir em 80% o tempo de resposta dos financiamentos. Operações para aquisição de máquinas em revendas, por exemplo, estão sendo concluídas em um ou dois dias, citou o gerente.
“Tempo de resposta é tudo. Não tem como o produtor ficar esperando um, dois, três meses o financiamento sair. Estamos trabalhando para encurtar os prazos”, destacou, citando o custeio digital via celular e os simuladores de financiamento, que permitem antecipar ao produtor as condições de contratação disponíveis para seu perfil.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), Bartolomeu Braz Pereira, afirmou que a entidade, juntamente com a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), tem atuado para que o crédito chegue de fato aos produtores rurais. “O nosso papel também é de apoiar as ações do banco para que o produtor possa ter seu crédito na hora certa”, ressaltou.
Bartolomeu comentou que a parceria entre as entidades do setor e o banco contribuiu, por exemplo, para o desenvolvimento do pré-custeio, um instrumento de crédito que tem atendido o produtor quando ele precisa. “O agro é bem dinâmico, trabalha bastante antecipado e, por isso, as políticas de financiamento também devem chegar no tempo adequado.”
Presidente da Faeg, José Mário Schreiner afirmou que no Plano Safra deste ano o setor conseguiu avançar “muito aquém do necessário porque esbarrou no limite do teto de gastos do governo”. Mas, segundo ele, é preciso ir além do alicerce do crédito rural. “Essa política agrícola que temos é de 1965. Precisamos de um modelo mais moderno, ampliando o uso de ferramentas como seguro rural, apoio à comercialização, mercado futuro e de opções. O tamanho da agropecuária é muito grande para a política agrícola atual”, declarou.