A temporada 2025/26 global de açúcar herda um mercado bem ofertado, mas que pode ver o retorno um pouco mais forte das importações em alguns players. Durante sua 13ª Conferência Anual de Açúcar e Etanol, que acontece nesta terça-feira em Nova York, a StoneX divulga sua primeira estimativa para o saldo global da temporada, calculando superávit de 3,7 milhões de toneladas (valor bruto) – o terceiro superávit global de açúcar em quatro safras.
Em termos de balanço, grandes produtores e exportadores vislumbram crescimento na próxima safra global – Brasil, Índia, Tailândia e Paquistão – podendo dar pistas de que, mesmo no médio prazo, não há sinais de escassez de produto. “O superávit desenha uma figura positiva para o mercado, mas que pode ser negativa em termos de rentabilidade – tudo isso, dependendo, cada vez mais, dos resultados produtivos no seu grande fiel da balança: o Brasil”, avalia o analista de Inteligência de Mercado do grupo, Marcelo Di Bonifacio Filho.
Os preços do açúcar em Nova Iorque vêm em consistente predominância baixista desde outubro de 2024. Apesar de ter encontrado alguns momentos de preocupação do lado da oferta, promovendo altas pontuais, pode ser enxergado um mercado bem abastecido – tanto olhando para trás, quanto pensando em perspectivas futuras.
Vindo de um déficit robusto na temporada 2024/25 (out-set), o cenário internacional para o açúcar tem tido maior apoio nos fluxos comerciais, bastante superavitários desde o ano passado. O déficit de quase 3 milhões de toneladas no ciclo corrente não está rebatendo em preços, pois os superávits nos ciclos anteriores (2022/23 e principalmente 2023/24) promoveram recomposição acentuada dos estoques nos principais países importadores e consumidores.
Nesse sentido, o déficit atual tem se materializado em consumo de estoques na ponta da demanda, e não em crescimento das importações – que, por outro lado, se tornarão mais urgentes do terceiro trimestre de 2025 em diante. Ao contrário, entre meados do 4º trimestre de 2024 e o período atual, os compradores têm esperado os preços cederem, sem urgência de aquisição de novos volumes.
Fonte: Mariele Previdi – Attuale Comunicação