Aditivos como os ácidos orgânicos ajudam a reduzir o índice de pH estomacal favorecendo beneficamente o processo de digestão e o auxílio no controle da população de microrganismos patogênicos.
Com o crescimento constante na demanda do mercado mundial em consumir proteínas de origem animal cada vez mais livre de antibióticos, a utilização de alguns aditivos, como é o caso dos ácidos orgânicos, vem se tornando alternativa imprescindível, principalmente no setor avícola.
De acordo com a supervisora de especialidades da Quimtia Brasil, empresa especializada na fabricação de insumos para nutrição animal, Georgia Almeida, aditivos como os ácidos orgânicos ajudam a reduzir o índice de pH estomacal – o ideal é chegar em aproximadamente 3,5 –, o que favorece beneficamente o processo de digestão e o auxílio no controle da população de microrganismos patogênicos, como Salmonella spp.
“É fundamental estar ciente que esse índice de 3,5 do pH seja alcançado ao longo do trato digestivo da ave, visando atingir toda sua extensão para garantir uma proteção mais ampla. Uma combinação de ácidos orgânicos via água e via ração pode ser efetiva para atingir tais resultados. Caso a administração seja via água é importante garantir que esta seja de qualidade para que o aditivo consiga exercer sua ação da melhor forma”, recomenda a especialista.
A especialista ressalta que além de combater bactérias patogênicas, uma melhora na qualidade intestinal das aves resulta em uma menor possibilidade de serem acometidas por doenças entéricas, como a enterite necrótica. Ou seja, quanto melhor for a qualidade da microbiota intestinal, mais bactérias boas estarão presentes e as más excluídas, haverá uma melhora na absorção das proteínas e vitaminas presentes nas rações elevando, podendo impactar no desempenho dos lotes. “Uma boa qualidade intestinal, faz com que as aves não tenham diarreia, por exemplo, e isso pode inclusive impactar em uma melhora para o manejo de cama, por parte do produtor”, acrescenta.
Para um composto ser classificado como ácido orgânico, é necessário que o teor de sua acidez seja classificado como fraco, que seja solúvel em água e que apresente um grupo carboxila na molécula, podendo ser composto por diversos tamanhos de cadeias.
Ainda segundo a supervisora de especialidades da Quimtia, hoje existem gamas diferentes de ácidos que podem ser trabalhados, sempre, de acordo com a expectativa do produtor e médico veterinário responsável pela sanidade das aves, como é o caso dos ácidos orgânicos. “Dependendo da constituição química do produto, esses aditivos [ácidos orgânicos] conseguem atingir até uma etapa do trato digestivo de aves, por exemplo e a eficiência antimicrobiana do ácido vai depender da sua constante de dissociação (pKa), quanto maior for mais eficiência o ácido terá”.
Recolonização de bactérias boas
A utilização dos ácidos orgânicos na avicultura pode ocorrer em diversas etapas da produção, como em trocas do tipo da ração ou em caso de disbiose quando são encontradas aves com diarreia. Já em matrizes, normalmente utiliza-se esses aditivos nutricionais em períodos de pico de produção. No entanto, a especialista ressalta que após a utilização dos ácidos orgânicos, é fundamental que o produtor exerça um trabalho de recolonização das chamadas ‘bactérias boas’.
“Os ácidos orgânicos modificam o pH de todo o trato digestivo, e dessa forma, atingem todas as bactérias existentes no organismo do animal, fazendo com que sejam eliminadas tanto as patogênicas, quanto as que fazem bem. Por isso é fundamental que após o desenvolvimento dessa mudança no pH intestinal, seja realizado, também, um trabalho a base de probióticos e prebióticos para recuperar a flora intestinal e trazer de volta as bactérias saudáveis” finaliza.
Fonte: Imprensa Quimtia