Discutir formas de atenuar a seca que assola as lavouras do grande oeste catarinense foi tema da pauta de reunião que o secretário de Estado da Agricultura Altair Silva manteve com o presidente Neivor Canton e o vice-presidente de agronegócios Marcos Antonio Zordan, da Cooperativa Central Aurora Alimentos (Aurora Coop) nesta semana, na sede da empresa, em Chapecó.
Canton e Zordan manifestaram preocupação com a necessidade de assegurar o suprimento de água nos estabelecimentos rurais de criação intensiva de animais porque a escassez de chuvas devastou parte das lavouras catarinenses, com perdas de até 50% na colheita de milho, em algumas regiões. Em dezembro o déficit hídrico foi de até 80%, o que afetou diretamente a agropecuária catarinense.
O secretário destacou que o Governo desenvolve um programa de reservação de água que, em apenas dois meses do ano recém-encerrado, despendeu 100 milhões de reais para financiar sistemas de captação, armazenamento distribuição de água para propriedades rurais unitárias ou organizadas em condomínios.
Em face do sucesso dessa ação (SC Mais Solo e Água) e do regime de estiagem, o programa terá continuidade em 2022 com o aporte de 150 milhões de reais, sendo 100 milhões do orçamento do Estado e 50 milhões destinados pela bancada de deputados do Oeste com assento na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC).
A estiagem é causada pelo baixo volume de chuvas nas regiões Extremo Oeste, Oeste e Meio Oeste de Santa Catarina. A média atual de precipitações nesses locais é de, respectivamente, 20, 31 e 46 milímetros – sendo que o esperado seria uma média em torno de 150 mm. Ou seja, há um déficit de água de 130 milímetros no Extremo Oeste.
Altair Silva informou que no próximo dia 12 (quarta-feira) a ministra Tereza Cristina, da Agricultura, deverá estar em Chapecó para verificar de perto a situação provocada pela seca que atinge todo o Sul do Brasil.
A principal preocupação do setor produtivo é a quebra na safra de milho – tanto milho grão quanto silagem – que deve impactar diretamente as cadeias produtivas de carne e leite.
A produção catarinense de milho que estava prevista em 3 milhões de toneladas, em razão da seca ficará reduzida para 2,3 milhões de toneladas. Em consequência, será necessário importar 5,5 milhões de toneladas de milho em 2022 para atender, principalmente, as cadeias produtivas da suinocultura e da avicultura.
Os técnicos do Sistema Aurora de Produção, que envolve a Cooperativa Central e suas 11 cooperativas filiadas, ajudarão na orientação dos produtores rurais afetados pela estiagem que poderão acessar os recursos do programa de reservação de água.
Fonte: MB Comunicação