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Até onde a IA pode levar o setor de manufatura?

*Por Marcos Corrêa

Nos últimos meses, o quanto você já ouviu falar sobre a Inteligência Artificial? Há aqueles que duvidam, acreditam, desconfiam, se entusiasmam. Mas, a verdade é uma só: a IA já está em tudo e em todo lugar, inclusive no segmento de manufatura.

Certamente, quando uma nova tecnologia surge, traz consigo impactos e mudanças que nos fazem repensar a forma em que nos relacionamos com o mundo à nossa volta. O boom que estamos vendo com a propagação da IA, impulsionada principalmente pela chegada do ChatGPT e Copilot, ferramentas que geram respostas a partir de descrições textuais, acendeu o alerta para a importância de dar uma maior atenção a este recurso tecnológico no dia a dia.

A Inteligência Artificial vem ganhando cada vez mais espaço no meio industrial. Segundo dados apresentados pela IDC, os gastos mundiais em IA, em 2022, totalizaram em aproximadamente US$ 110 bilhões de dólares, já em 2023, esse número deve chegar a mais de US$ 150 bilhões. E, uma vez já evidenciada sua contribuição para alavancar resultados, um estudo da Accenture mostra que o uso da IA será responsável pelo aumento de 40% da produtividade das empresas nos próximos 15 anos. Além disso, um relatório gerado pela PwC, indica que em 30 anos essa tecnologia será responsável pelo aumento de quase US$ 16 trilhões de dólares no PIB global.

Tendo em vista a sua amplitude, é importante chamar atenção para a aplicação da IA em diversos setores, sobretudo, o de manufatura. Nos últimos anos, para garantir sua sobrevivência, o segmento vem passando por um processo de modernização e digitalização, sendo esses aspectos resultados do avanço da Indústria 4.0 no país. Por sua vez, considerando a atual configuração de cenário em que já temos um mercado estabelecido, é primordial que esse movimento se acentue ainda mais.

Entretanto, mesmo diante de inovações e tantos recursos disponíveis, as indústrias do Brasil ainda possuem um déficit operacional. Com base em um estudo realizado pela McKinsey & Company, o setor industrial manufatureiro do país deixou de gerar R$ 500 bilhões em 2022, o equivalente a 5,6% do PIB nacional que foi desperdiçado. O levantamento ainda aponta que 30% das fábricas operam abaixo do seu potencial, algo que ocorre em decorrência de pausas na linha de produção, mal alocação da mão de obra e gestão de processos.

Os dados chamam atenção, afinal, se trata de dificuldades pontuais que precisam ser sanadas para garantir a sobrevivência dos negócios pertencentes à área. E qual a melhor forma para isso? A resposta é simples: integrar o uso da Inteligência Artificial em todo o processo fabril.

Diferentemente do que se imagina, a tecnologia não vem para substituir funções e cargos, mas sim para auxiliar em uma gestão e automatização de processos, melhorando resultado e a eficiência dos trabalhadores. Outro estudo da PwC mostra que, somente no Reino Unido, nos próximos anos a adesão à IA vai ser responsável pela criação de 200 mil novos empregos e o remanejamento de mais de 7 milhões de colaboradores.

A aplicação adequada da Inteligência Artificial permite a eliminação de tarefas burocráticas e repetitivas, diretamente no desempenho organizacional. Sua aplicação não se limita somente a parte administrativa, recursos como visão computacional e análise de sinal permite um mapeamento preditivo da qualidade das máquinas e equipamentos utilizados em processo de manufatura.

Uma organização que possui a cultura necessária para aplicar a Inteligência Artificial em todos os seus processos é capaz de tomar decisões estratégicas rápidas e precisas para solucionar ou prevenir erros. Isso é possível graças à capacidade de gerar e coletar dados de forma simplificada e dinâmica, utilizando-os para produzir relatórios eficientes em tempo real. Esses relatórios podem ser usados para análise preditiva, controle operacional e de estoque, gerenciamento da cadeia de suprimentos, linha de produção, entre outros.

Levando em conta a abrangência de ações e recursos que a IA disponibiliza, é fundamental que as indústrias manufatureiras se atentem para a importância de integrar essa tecnologia em todo o fluxo operacional. Uma estratégia que, para atingir resultados eficazes, precisa do apoio de um ERP, soluções fiscais e operações no chão de fábrica – afinal, os softwares de gestão possuem a capacidade de integrar tais aspectos essenciais que favorecem o ganho de uma gestão assertiva, além de fornecer e registrar informações preciosas que garantam que os negócios fluam de forma saudável e transparente.

Considerando a predominância que a Inteligência Artificial vem conquistando, é extremamente importante que as empresas se atentem e usufruam das funcionalidades desta tecnologia a seu favor. Dúvidas podem surgir durante o processo, por isso, contar com a ajuda de uma equipe especializada fará toda a diferença durante essa integração, a tornando mais fácil e fluída.

Não devemos ter medo do futuro, uma vez que ele já bate à porta. Mas, precisamos ter em mente que, para obter resultados, é preciso começar desde já a se preparar para o que está por vir. Até porque, a Inteligência Artificial nos abriu um importante caminho pela frente, porém, cabe às organizações a missão de traçar a rota que as levará rumo ao sucesso.

*Marcos Corrêa é CEO do Grupo INOVAGE, consultoria SAP Gold Partner.

Fonte: Cinthia Guimarães

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