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As quatro maiores dificuldades no acesso ao crédito pelo agronegócio

Segundo dados do SEBRAE, existem 6,4 milhões de estabelecimentos no país, desse total, mais de 6 milhões são pequenas e médias empresas. Mas, na prática, grande parte dessas empresas esbarra em um mercado financeiro estruturado para atender gigantes, não pequenos empreendedores.

Quem comenta o assunto é o especialista Gabriel César, CEO da M3 Lending, fintech que facilita o acesso ao crédito para empresas. Ele aponta algumas das principais dificuldades enfrentadas pelas PMEs, como a burocracia, as exigências rigorosas e a falta de histórico de crédito, barreiras que limitam o crescimento dessas empresas. Mas não se preocupe, há alternativas para superá-las. Confira:

1 – Exigência de garantias

A exigência de garantias é um dos maiores desafios enfrentados pelas PMEs na busca por crédito. A maioria dessas empresas não dispõe de bens ou ativos suficientes para oferecer aos bancos, o que restringe suas opções de financiamento e torna o crédito inacessível para negócios, principalmente aqueles em fase de consolidação. Esse cenário limita o crescimento das empresas, uma vez que, sem o acesso a crédito adequado, elas enfrentam dificuldades para investir em expansão, modernização ou melhorar sua competitividade.

Além disso, como as PMEs são consideradas mais arriscadas devido à sua natureza e porte, as instituições financeiras tendem a exigir garantias mais robustas, como imóveis ou equipamentos de valor elevado, o que muitas vezes não está ao alcance dessas empresas. Isso faz com que muitos empreendedores fiquem fora do radar das linhas de crédito tradicionais.

2 – Histórico de crédito

Outro grande desafio enfrentado pelas PMEs é a ausência de um histórico de crédito, fator que dificulta o acesso a financiamentos. Para construir uma boa reputação financeira, as empresas precisam obter crédito, mas, sem um histórico prévio, os bancos frequentemente recusam empréstimos. Esse ciclo vicioso impede o crescimento dos pequenos negócios, limitando suas oportunidades de expansão e investimento.

Além disso, muitos empreendedores enfrentam dificuldades para comprovar sua capacidade de gestão financeira e de gerar lucro, fatores importantes para a obtenção de crédito. Assim, as alternativas, como o crédito pessoal, muitas vezes são mais caras e não são ideais para sustentar o crescimento de longo prazo da empresa.

3 – Desorganização financeira

A desorganização financeira também é um gargalo quando o assunto é a busca por crédito. A carência de informações precisas e bem estruturadas dificulta a análise da saúde financeira da empresa pelos bancos. “Sem balanços organizados e documentação formalizada, muitos negócios sequer conseguem iniciar um pedido de crédito. A dificuldade em cumprir as exigências burocráticas não só atrasa o processo, mas também frustra empreendedores, que acabam perdendo tempo e oportunidades”, explica César.

Portanto, a organização financeira não deve ser vista apenas como uma questão burocrática, mas como uma ferramenta estratégica para o sucesso da empresa. A adoção de boas práticas de gestão financeira, como a manutenção de registros contábeis rigorosos, o planejamento de fluxo de caixa e a organização das obrigações fiscais, é essencial para não só facilitar o acesso ao crédito, mas também para garantir a sustentabilidade e o crescimento do negócio a longo prazo.

4 – Escolha da linha errada

Além disso, escolher a linha de crédito errada pode se transformar em uma verdadeira armadilha. “Taxas de juros elevadas e prazos desalinhados com o fluxo de caixa frequentemente resultam em um desequilíbrio financeiro ainda mais grave para as PMEs”, alerta o CEO. Para aquelas que já enfrentam dificuldades, como dívidas pendentes e um histórico de inadimplência, o desafio se torna ainda maior. “Empresas com problemas financeiros são vistas como um risco elevado, e a resposta dos bancos costuma ser sempre a mesma: negativa”, acrescenta.

Além disso, muitas instituições financeiras oferecem linhas de crédito que parecem vantajosas à primeira vista, mas que, ao longo do tempo, se revelam prejudiciais. A falta de uma análise mais detalhada do perfil financeiro da empresa pode resultar em condições de pagamento incompatíveis com a capacidade de geração de receita das PMEs. Essa falta de planejamento adequado pode, inclusive, levar à falência de negócios que, em outras circunstâncias, teriam capacidade de se reerguer.

Plataformas auxiliam com valores mais altos e juros mais baixos

Dessa forma, alternativas como fintechs e plataformas de crédito digital vêm ganhando força. A M3 Lending, por exemplo, aposta em um modelo de conexão direta entre empresas que precisam de crédito e investidores que buscam rentabilidade. “As taxas de juros são 22% menores do que as praticadas pelos bancos convencionais, além de um processo digital e desburocratizado”, afirma César.

A proposta da fintech é destravar o crédito para PMEs de forma acessível, transparente e menos burocrática. “Nosso objetivo é dar às pequenas e médias empresas a chance de crescer sem ficarem reféns de um sistema que muitas vezes não as enxerga como prioridade. A tecnologia permite isso, e estamos aqui para fazer essa ponte”, conclui o CEO.

Fundada em Belo Horizonte (MG), a M3 Lending iniciou suas operações em 2021. A fintech conecta pequenas e médias empresas em busca de crédito a investidores, principalmente pessoas físicas, que desejam destinar capital para esses negócios. Com apenas R$ 250, qualquer investidor pode participar da plataforma e diversificar seus investimentos, ao mesmo tempo em que impulsiona o crescimento de empreendedores brasileiros.

Atualmente, já são mais de 2 mil pessoas conectadas à M3, tanto como tomadoras de crédito quanto investidores, informa o CEO. “É um modelo de financiamento mais inclusivo, conectando, de um lado, quem precisa de capital de giro, de outro, quem pretende investir, contribuindo com o crescimento das empresas.”

Entre os principais motivos para a busca de crédito, segundo a empresa, estão: compra de novos estoques (20%), a abertura de novas unidades (25%), a ampliação das instalações (15%) e a expansão das operações (40%). “Isso mostra que as empresas estão buscando crédito para crescer e fortalecer o capital de giro”, destaca Gabriel Sousa César, CEO da M3.

Dessa forma, a fintech consegue oferecer melhores condições de crédito – inclusive em comparação com os bancos convencionais. Para um mesmo caso, o montante colocado à disposição pode ser mais de 50% superior ao que uma instituição financeira tradicional ofereceria, calcula o CEO.

Fonte: Engenharia de Comunicação

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