*SOJA*
*O MERCADO NA ÚLTIMA SEMANA*
As cotações tiveram um leve recuo em Chicago na semana anterior devido à ausência de novos indicadores para movimentar o preço. O contrato com vencimento em novembro/2022 fechou a sexta-feira valendo U$13,86 o bushel (-0,50%) e o com vencimento em março/2023, U$14,08 o bushel (-0,07%), também negativo. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a colheita norte-americana segue em ritmo acelerado com 80% da área colhida, pressionando as cotações de Chicago.
O órgão apontou, também, que as vendas de soja 2022/23 norte-americana ficaram dentro do esperado pelo mercado entre 14 e 20 de outubro, com 1,03 milhão de toneladas negociadas. Contudo, esse número ficou bem abaixo em relação ao volume da semana anterior, que era de 2,34 milhões de toneladas.
Em relação à safra 2022/23 no Brasil, o plantio segue evoluindo, visto que o plantio de soja de Mato Grosso alcançou 63,9% das áreas projetadas, seguido de São Paulo com 60% e Mato Grosso do Sul com 49%. A nível nacional, o plantio alcançou 34,10%, de acordo com o boletim publicado no dia 24/10 pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Além disso, a moeda americana teve uma semana de muita oscilação, fechando a sexta-feira sendo cotado a R$5,30 (+2,96%). Assim, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, confirmando o que o mercado esperava. No exterior, os Estados Unidos divulgaram a prévia do PIB do terceiro trimestre, que cresceu 2,6% entre julho e setembro, interrompendo um ciclo de dois trimestres consecutivos de contração. Mesmo com a leve queda de Chicago, a alta expressiva do dólar elevou os preços brasileiros em relação à semana anterior.
*O QUE ESPERAR DO MERCADO?*
O clima na América do Sul vai continuar sendo o principal direcionador de preços em Chicago, já que a Administração Oceânica e Atmosférica (NOOA) aponta que os próximos sete dias serão marcados pela permanência das chuvas em praticamente todo Brasil, com exceção do Nordeste, o que contribui para a queda de Chicago. Além disso, o mercado aguarda um posicionamento mais firme em relação às compras da China diante dos estoques baixos, o que não deve acontecer enquanto os níveis do Rio Mississipi não aumentarem para escoar efetivamente os grãos, resultando em mais fator que contribui para queda, a curto prazo, nas cotações.
Ruan Sene, analista de mercado da Grão Direto, acredita que a proximidade da conclusão da colheita norte-americana pode ser o terceiro fator de pressão para Chicago, especialmente neste momento. O dólar poderá movimentar as cotações brasileiras, diante do cenário de incertezas internas e externas. No mais, os Estados Unidos deverão elevar, pela quarta vez consecutiva, em 0,75 pontos percentuais, sua taxa de juros, fortalecendo ainda mais a moeda americana diante do mundo e, portanto, marcando uma semana de alta nas cotações dos preços brasileiros.
MILHO
*O MERCADO NA ÚLTIMA SEMANA*
A semana passada foi marcada por leves desvalorizações nos preços do mercado físico por conta do volume baixo de negociações por parte dos produtores. Em relação à safra 2022/23 no Brasil, de acordo com o boletim publicado no dia 24/10 pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o plantio segue evoluindo, visto que o plantio de milho alcançou 35,8% no Brasil. Nesse contexto, o Paraná segue liderando o plantio com 78%, seguido de Santa Catarina com 77% e Rio Grande do Sul com 76%.
O alerta do atraso no plantio da Argentina ainda continua, apesar de amenizado na quinta-feira (27). A Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) informou que o plantio atingiu 21,8% da projeção total, avançando 4,8% em relação à semana anterior. Apesar do avanço, apenas 10% das lavouras possuem condições boas ou excelentes, contra 73% do mesmo período da safra passada. As exportações seguem bastante aquecidas no Brasil.
De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda-feira (24/10), havia sido exportado 183% a mais que todo mês de outubro de 2021. De acordo com a maior plataforma de grãos da América Latina, Grão Direto, o Brasil tem sido muito favorecido pela ausência da Ucrânia no mercado do cereal, além da menor produção americana e quebra de safra na União Europeia. Falando deste último, a Comissão Europeia reduziu sua previsão de colheita para 54,9 milhões de toneladas, contra 55,5 milhões no mês anterior. Chicago finalizou a semana com uma queda de -0,59%, encerrando a semana valendo $6,79 por bushel. Já o dólar teve uma semana de forte valorização, fechando a sexta-feira sendo cotado a R$5,30 (+2,96%).
*O QUE ESPERAR DO MERCADO?*
O clima na América do Sul também deve continuar sendo um fator para acompanhar, especialmente diante da evolução do plantio no Brasil. A Administração Oceânica e Atmosférica (NOOA) aponta que os próximos sete dias serão marcados pela permanência das chuvas em praticamente todo Brasil, com exceção do Nordeste. Por outro lado, também aponta para chuvas mal distribuídas na Argentina, o que aumenta o interesse pelo milho brasileiro.
Além disso, a quebra de safra na União Europeia deve continuar mantendo a importação do milho brasileiro em alta, principalmente diante das incertezas na Ucrânia, frente a suspensão do acordo de exportação determinada por Putin e queda na produção americana. Esse cenário reforça o interesse do mercado internacional pelo milho brasileiro, podendo aumentar significativamente as exportações e valorizar as cotações do grão nacional.
Ruan Sene, analista de mercado da Grão Direto
Fonte: Wendy Oliveira