Com a chegada da época de chuvas, o olhar para a alimentação de animais em terminação ganha um reforço de qualidade que soma forças a suplementação à pasto e com a estratégia correta oferece maior rentabilidade da operação
A busca é cada vez mais constante na direção da produção de alimentos, uma vez que a demanda em função do aumento da população mundial atua como motor que faz com que a cadeia produtiva seja impulsionada e por consequência o agronegócio. Na mesma direção da necessidade de se produzir mais está o de se produzir com qualidade e eficiência, e de forma cada vez mais sustentável.
Nessa missão, se apoiar a momentos como na época de águas é uma estratégia de grande valor. A entrada das águas, época de chuvas ocorre principalmente nas regiões sudeste e centro-oeste, e acontece entre os meses de outubro e março anualmente. E é nesse período que cerca de 70 a 90% da produção anual de forragem para a pecuária, tornando o bom aproveitamento do mesmo. “Esse é o melhor período para TIP, temos uma melhor disponibilidade e qualidade de forragem, a qual aliada a um bom planejamento nutricional, e a suplementação correta conseguimos obter resultados com aumento dos níveis de produtividade do rebanho em TIP e nos demais sistemas de produção a pasto”, conta Vitor Godoy, comercial da Nutricorp.
Com seus mais de 170 milhões de hectares de pastagens, dados da AnualPec, o Brasil na época das águas tem a oportunidade de entregar algo ainda melhor para os animais do rebanho através de bom manejo de pastagem, em conjunto com a adoção de estratégias de suplementação, a fim de complementar o aporte nutricional das forragens, atender os requerimentos e otimizar o desempenho do rebanho. “Temos no período chuvoso, a oportunidade explorar o potencial de produção de pastagens incrementando uma suplementação adensada para intensificar o aporte proteico-energético e otimizar o desempenho do rebanho, entregando aos animais melhor eficiência biológica e melhor resultado no rendimento de carcaça no final do ciclo”, explica Vitor.
A utilização da suplementação com sais de cálcio de ácidos graxos, a pasto durante o período das águas, trará maior conversão alimentar e eficiência biológica. E para explicar um pouco melhor sobre essa eficiência, a Nutricorp avaliou em estudo a inclusão e a não inclusão de gordura protegida na suplementação de bovinos a pasto, sobre os parâmetros produtivos e comportamento de ingestão de água e os resultados foram muito significativos.
“Ao todo foram trinta e dois tourinhos Nelore (PV inicial = 318 ± 11,2 kg) divididos de acordo com o peso vivo e atribuídos a 1 de 4 tratamentos: SP03-: Suplemento proteico-energético a uma taxa de 0,3% do peso vivo sem a inclusão de NutriGordura; SP03+: Suplemento proteico-energético a uma taxa de 0,3% do peso vivo com a inclusão de NutriGordura; SP1-: Suplemento proteico-energético a uma taxa de 1,0% do peso vivo sem a inclusão de NutriGordura e por fim, SP1+: Suplemento proteico-energético a uma taxa de 1,0% do peso vivo com a inclusão de NutriGordura”, explica Vitor.
O Experimento
Para dar prosseguimento ao estudo os animais foram mantidos em um único grupo e rotacionados entre dois piquetes compostos de pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu. A rotação dos piquetes foi efetuada entre 9-11 dias, baseado na massa de forragem disponível nos piquetes. E, os tratamentos eram oferecidos diariamente no mesmo horário da manhã em cochos individuais eletrônicos. O sistema era composto por 1 bebedouro próximo ao cocho de suplementação, sistema criado para coletar todos os dados de ingestão de água e suplemento de cada animal, bem como o comportamento de ingestão dos mesmos (visitas ao cocho e tempo de refeição), além de uma balança integrada ao bebedouro de água para pesagem dos animais e, ajuste do fornecimento do suplemento semanalmente durante todo o período experimental.
Como resultados, os animais do grupo SP1, independentemente da inclusão de Nutrigordura, apresentaram um maior ganho de peso diário (GPD; P < 0.001) e, consequentemente, maior peso vivo ao final (P < 0.02) do estudo quando comparado aos animais do grupo SP03. A inclusão da gordura protegida a um nível de suplementação de 0,3% do peso vivo demonstrou melhorar o desempenho dos animais, onde os animais do grupo SP03+ apresentaram melhor GPD vs. SP03- (P < 0.04), enquanto que não houve diferença entre SP1- vs. SP1+.
“Esses dados indicam a efetividade do produto em melhorar o desempenho produtivo de animais a pasto, podendo ser uma tecnologia a ser adotada pelo produtor nos sistemas produtivos de recria a pasto. Outro ponto importante são os benefícios extras. Ele abre espaço na dieta para outros ingredientes como carboidratos fibrosos quando falamos em animais confinados; traz uma melhoria da saúde ruminal pela substituição parcial do milho e aumenta a bonificação de carcaças de bovinos semi-confinados ou em TIP”, contextualiza Vitor.
“Em outras palavras, a suplementação durante o período das águas é uma alternativa que melhora o desempenho do rebanho, mantendo a utilização dos recursos naturais, que, invariavelmente se tornarão mais escassos para a produção pecuária”, finaliza Vitor.