A saúde será do tamanho da consciência alimentar da população
Por Tejon Megido*
Hoje há uma gigantesca luta pelo domínio dos corações e mentes das pessoas. O comando das percepções, e como realidade não existe, só existe aquilo que percebemos do mundo, consequentemente a nossa visão.
Tudo no mundo passa a ser resultado de educação e do foco.
O setor agroalimentar brasileiro precisa se orquestrar para tocar uma música saudável, harmônica e que chegue aos cérebros humanos através das emoções para que conquistem as razões.
O setor agroalimentar precisa educar seus consumidores, ou seja, 20g de leite em pó significa duas colheres de sopa, que bastam para preparar um copo de bebida. Não precisa de mais.
100g do mesmo leite em pó bastam para um litro de leite. Não precisa desperdiçar… 5g de tempero são suficientes para 4 pessoas. 100g de tempero bastam para 80 pessoas… não é necessário exagerar.
No pão, quanto passamos de manteiga? 10g? Uma colher de sopa de manteiga ou margarina por dia é o suficiente. Se souber consumir só fará bem e você não desperdiçará.
O mal não está nos itens que consumimos, muito menos se são industrializados ou não. O mal está na quantidade do que comemos e nas suas proporções, além da originação, que exige rastreabilidade e sustentabilidade.
O setor agroalimentar se prepara para inserir nos rótulos indicações nutricionais; haverá uma escala de cores: vermelho, verde e amarelo para demonstrar três nutrientes: os açúcares, as gorduras saturadas e o sódio.
Um modelo de rotulagem como um semáforo ajudará na educação alimentar, porém ressalto e recomendo: caberia ao setor agroindustrial brasileiro uma ação perene de conscientização para a alimentação saudável.
Os órgãos como o Instituto de Tecnologia de Alimentos – ITAL, por exemplo, a reunião de especialistas com nutrólogos e nutricionistas, também o Conselho Científico Agro Sustentável – CCAS ao lado de toda a mídia podem e devem exercitar a educação conscientizadora para a alimentação saudável do país.
Lutar pela percepção das pessoas significa uma luta entre a aparência e a essência, onde precisa prevalecer a ciência.
Existem detratores das agroindústrias brasileiras falando mal de alimentos processados e utilizando a artimanha da manipulação de massas e da generalização naquilo que hoje vivemos e chamamos de uma sociedade do medo, num trauma virtual expandido.
“Tudo mata, tudo envenena, tudo assasina, e tudo faz mal….” Os arautos do medo envenenando virtualmente o consumidor… e o mal, como cantavam um dia os Novos Baianos “não é o que entra pela boca, o mal é o que sai da boca, do homem”. Da-lhe Fake News.
É preciso parar de botar culpa em detratores profissionais e assumir uma autocrítica. Cabe ao setor agroindustrial brasileiro e a suas organizações se orquestrarem e educarem as pessoas para o consumo consciente e sem desperdícios de suas categorias.
Mais errado do que quem fala que existem hormônios no frango é a própria marca que afirma não existir nos seus frangos… hormônios, um erro.
Tejon Megido é mestre em Educação Arte e História da Cultura pelo Mackenzie, Doutor em Educação pela UDE/Uruguai; Jornalista e publicitário formado pela Casper Líbero. Administrador com ênfase em marketing, com especializações na Pace University/EUA, Harvard/EUA, e MIT/EUA. Em liderança tem especialização no INSEAD/França.