*Por Roberto Tsukino, vice-presidente da Bluefields
Para quem lida com o mundo das startups diariamente, ou seja, empresas que já nasceram no digital, a tal “transformação” não faz parte do dia a dia do negócio, mas quando lidamos com empresas com anos e anos de processos, cultura, métodos, a realidade é outra. Neste caso, é quando algo inesperado, como a pandemia, acontece é que podemos observar a iminência da necessidade da transformação digital para garantir a continuidade dos negócios com um apoio mais sólido da tecnologia. Para auxiliar neste processo, nada melhor do que contar com quem tem experiência no mundo das startups e que conhece a fundo todo esse processo.
Uma recente pesquisa realizada pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), revelou que 66% das pequenas e médias empresas no país ainda estão no estágio 1 e 2 da transformação digital, o estágio que chamamos de: analógicas e emergentes. Este dado contribui para a tese de que o Brasil ainda percorre uma longa corrida para pensar digital, principalmente no nível empresarial. No campo, na raiz dos alimentos e na mesa dos brasileiros, não é diferente: um dos maiores, senão o maior setor de negócios do Brasil, ainda precisa se digitalizar e tornar suas empresas mais relevantes para as mudanças do mercado.
Quando falamos do agronegócio brasileiro, um setor que envolve tantos mercados e segmentos, fica difícil ser específico, neste caso acredito que a melhor solução seja exemplificar. A logística de produtos sensíveis, como frutas, por exemplo, está digitalizada e sendo acompanhada em tempo real? As máquinas utilizadas no plantio, na colheita, são as soluções mais tecnológicas do mercado? E a pergunta que toda empresa deve fazer, independente do setor: o método de negócios que utilizamos existe há quanto tempo?
Se a resposta for anos, com certeza, é necessário inovar – e, essa inovação não precisa ser uma “Eureka”, uma grande ideia de aplicativo ou algo revolucionário. Para tornar isso possível, é preciso calcular as hipóteses, unir conhecimento e formalizar um produto. Ideias são muito bem-vindas, mas nem sempre elas surgem com a rotina, elas precisam ser estimuladas e elaboradas.
Time inovador
Para que uma empresa tenha um colaborador inovador, é preciso provocar esse espírito no time. Como? Deve se fazer uma análise geral da companhia, arregaçar as mangas e enxergar em quais áreas temos o que as startups chamam de “problemas” e como fazer para resolvê-los.
E, ao contrário do que muitos imaginam, isso não envolve uma demissão em massa e contratação de pessoas com currículo e DNA inovador; este é o momento ideal para pensar em como aplicar um programa de transformação digital e fazer com que esta empresa – com as mesmas pessoas – consiga se renovar.
As corporações vão além do âmbito digital, são a combinação de culturas e pessoas que fazem uma engrenagem funcionar, por isso é urgente que todos olhem o digital como um aliado – o capital humano está acima nesta locomotiva.
Roberto Tsukino, vice-presidente da Bluefields
Fonte: Sing Comunicação de Resultados