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Reforma agrária é debate do passado em um Brasil que produz

Declarações recentes de lideranças do MST, reconhecendo que não há grande expectativa de ampliação da reforma agrária no terceiro governo Lula, apenas confirmam uma realidade que o Brasil já vive há décadas: a reforma agrária clássica, baseada na simples distribuição de terras, não responde mais aos desafios do país.

O Brasil de hoje é um país agrícola, competitivo, produtivo e integrado ao mercado global. Somos líderes mundiais na produção de alimentos, fibras e energia renovável. Esse resultado não veio da fragmentação de propriedades, mas de investimento, tecnologia, segurança jurídica, crédito, pesquisa e empreendedorismo no campo.

Não é a falta de terra que impede a inclusão social no meio rural. O verdadeiro problema está na ausência de renda, de acesso a mercados, de infraestrutura, de assistência técnica e de políticas públicas que fortaleçam quem produz — pequenos, médios e grandes agricultores. Distribuir terra sem condições econômicas, sem apoio técnico e sem integração à cadeia produtiva apenas perpetua pobreza, dependência do Estado e frustração social.

O governo deveria concentrar esforços em criar um ambiente favorável à geração de renda no campo, com crédito acessível, segurança jurídica, estímulo à agroindustrialização, melhoria da logística, conectividade rural e políticas que incentivem a produção sustentável. Isso, sim, gera crescimento econômico, arrecadação, emprego e inclusão social de verdade.

As invasões de propriedades promovidas pelo MST caminham na direção oposta. Além de ilegais, afastam investimentos, criam insegurança jurídica e prejudicam justamente quem trabalha, produz e gera riqueza. Não há justiça social possível quando se normaliza o desrespeito à lei e ao direito de propriedade.

O Brasil precisa olhar para frente. O debate não é mais sobre ocupar terras, mas sobre produzir mais, melhor e com inclusão, garantindo oportunidades reais para quem vive no campo. O caminho do desenvolvimento passa pela produção, não pelo conflito.

Reforma agrária como bandeira ideológica já não dialoga com a realidade de um país que alimenta o mundo. O futuro do campo brasileiro está na renda, na produtividade e na liberdade para empreender.

Jerônimo Goergen
Advogado
Presidente do Instituto Liberdade Econômica

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