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O desenvolvimento da irrigação dentro do agronegócio

*Por Eng. Agrônomo Daniel B. Pedroso

O agronegócio segue se consolidando como um dos principais motores da economia brasileira. Segundo dados divulgados pela CNN Money em novembro de 2025, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor deve alcançar R$ 3,79 trilhões — mais de 32% do PIB nacional, estimado em R$ 11,7 trilhões no mesmo período. A agricultura responde por cerca de R$ 2,57 trilhões desse montante, reforçando seu papel estratégico para o desenvolvimento do país.

A irrigação, peça-chave da agricultura desde suas origens por volta de 6.000 a.C., surgiu nas terras áridas do nordeste africano. Agricultores do antigo Egito desviavam a água do Rio Nilo por sulcos até as áreas cultivadas.

Com o avanço das civilizações, por volta de 30 d.C., a irrigação já era amplamente utilizada pelos povos andinos por meio de sulcos e sistemas de inundação — técnica que chegaria ao Brasil apenas no início do século XIX.

Historicamente, a irrigação não figurou como protagonista no desenvolvimento agrícola brasileiro. Hoje, porém, o país ocupa a quinta posição mundial em área irrigada. Ainda distante de nações como Índia e China, que somam mais de 140 milhões de hectares irrigados, o Brasil vive uma trajetória de expansão consistente.

As oscilações climáticas — cada vez mais intensas — têm provocado inconstância produtiva. Estudos apontam que, sem medidas de mitigação, a produtividade de algumas culturas pode cair até 20%. Nesse cenário, a irrigação se consolida como ferramenta fundamental para estabilidade e ganho de eficiência.

A evolução do setor é evidente: em 1960, o Brasil contava com apenas 500 mil hectares irrigados; em 2025, esse número supera 10 milhões. E o potencial estimado ultrapassa 60 milhões de hectares.

Além da expansão em área, as tecnologias de irrigação também passaram por transformações profundas. O modelo por sulcos, usado por milênios, deu lugar a sistemas cada vez mais modernos: a aspersão, que ganhou força no final do século XIX; os pivôs centrais, registrados pela primeira vez em 1947; e, em 1965, a irrigação por gotejamento — inovação que revolucionou o setor agrícola mundial.

O papel da irrigação também mudou. De simples fornecedora de água, tornou-se ferramenta integrada de manejo, capaz de aplicar simultaneamente água e nutrientes com precisão. O avanço de práticas sustentáveis ampliou sua participação em sistemas de agricultura regenerativa.

A escassez de mão de obra qualificada e a busca por eficiência impulsionaram outro salto: a automação impulsionada pela telemetria. Para um manejo eficiente, dois fatores são determinantes:

  1. A umidade residual do solo, que indica a água disponível às plantas;
  2. O desempenho operacional do sistema de irrigação.

Essas medições podem ser feitas manualmente ou com sensores automatizados que coletam e transmitem dados em tempo real, permitindo decisões mais rápidas e assertivas.

A Netafim, referência global em soluções de irrigação, disponibiliza uma das plataformas mais completas do mercado: o Growsphere, que permite monitorar remotamente umidade do solo, evapotranspiração, chuvas, pressão, vazão e volume de água — tudo pelo celular, tablet ou computador. Isso garante agilidade operacional e reduz a necessidade de presença física no campo.

Integrado ao sistema, o CropAdvisor analisa variáveis fisiológicas das plantas e dados de clima e solo, oferecendo recomendações precisas sobre quando e quanto irrigar.

A relevância do agronegócio para o Brasil é indiscutível — e a irrigação ocupa, agora, um papel crescente nesse desenvolvimento. A evolução tecnológica tem permitido ao produtor aumentar produtividade e eficiência com sustentabilidade, mostrando que aquilo que parecia um futuro distante já faz parte da rotina agrícola do país.

*Eng. Agrônomo Daniel B. Pedroso, Especialista Agronômico Sênior da Netafim Brasil

Fonte: Mariana Cremasco

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