O Dia Mundial do Fertilizante, celebrado em 13 de outubro, reforça a importância desse insumo, fundamental para a produção de alimentos e para a segurança alimentar global. No Brasil, país que figura entre os maiores produtores agrícolas do mundo, o tema ganha ainda mais relevância diante da alta dependência de fertilizantes importados. Atualmente, de acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), cerca de 85% do consumo nacional é atendido por fornecedores externos, o que expõe a cadeia produtiva a riscos de abastecimento e variações externas.
Nesse cenário, o Projeto Santa Quitéria, empreendimento que pretende explorar uma jazida do mineral colofanito – fosfato e urânio – no sertão cearense, surge como uma iniciativa estratégica para contribuir com a redução dessa dependência de importação. O projeto prevê a produção anual de, aproximadamente, 1,05 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados – 25% da demanda do Norte e Nordeste; 220 mil toneladas de fosfato bicálcico (utilizado na nutrição animal) – 50% da demanda do Norte e Nordeste.
Com sua entrada em operação, o empreendimento terá capacidade para suprir 15% da demanda nacional de fosfato, fortalecendo a autonomia do Brasil nesse setor. “Falar sobre fertilizantes é falar sobre o futuro da produção de alimentos no Brasil e no mundo. O Projeto Santa Quitéria tem como missão fortalecer o elo entre a cadeia produtiva agrícola, oferecendo uma fonte nacional de insumos que são fundamentais para o desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro, consequentemente, contribuindo com avanço do próprio país”, destaca Christiano Brandão, Gerente de Licenciamento Ambiental do Projeto Santa Quitéria.
Por ser fundamental para diminuir a vulnerabilidade frente ao mercado internacional e contribuir para garantir maior estabilidade e competitividade ao agronegócio brasileiro, o Projeto Santa Quitéria foi considerado prioritário pelo governo, tendo sido inserido no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Além disso, o empreendimento também integra o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) e contribui para o Plano Decenal de Energia 2030 (PDE), o Plano Nacional de Energia 2050 (PNE) e o Plano Nacional de Mineração 2030 (PNM).
“Isso significa apoiar o produtor rural com insumos de qualidade, ampliando a segurança alimentar no país, em um momento em que a sustentabilidade e a autossuficiência ganham cada vez mais destaque na agenda global”, afirmou Brandão.
Emprego e renda
Além da contribuição para o agronegócio, o Projeto Santa Quitéria irá gerar mais de seis mil postos de empregos diretos e indiretos, com potencial para, segundo dados da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), aumentar em aproximadamente dez vezes o PIB de Santa Quitéria e quatro vezes o da região, que contempla as cidades de Santa Quitéria, Itatira, Canindé e Madalena, o que transformará a realidade econômica e social dos municípios impactados. Além disso, a massa salarial e arrecadação, tanto de Santa Quitéria quanto da região como um todo, terão um salto significativo.
Licenciamento
O projeto está em processo de licenciamento ambiental, na fase de Licença Prévia, junto ao Ibama. Em dezembro de 2023, foram entregues o EIA/RIMA, e em 2024 foi registrado o aceite do órgão para análise. Em março de 2025 o Ibama realizou audiências públicas nas cidades de Santa Quitéria e Itatira e, em agosto de 2025, solicitou estudos complementares do EIA/RIMA ao Projeto, que irá entregar ainda em outubro de 2025. A previsão é de que a licença prévia seja concedida ainda este ano e que as operações tenham início em 2029.
Vale destacar que em maio de 2024, o projeto recebeu aprovação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) para a construção da unidade de beneficiamento de urânio. Em setembro de 2023, já havia sido concedida autorização para a instalação minero industrial.
Fonte: Didio Theorga – Projeto Santa Quitéria/Engaja Comunicação