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Norte de Minas mira na entressafra como estratégia de mercado para a tangerina

Uma das regiões que mais se destaca na produção de frutas no estado, os fruticultores do Norte de Minas seguem solidificando novas oportunidades produtivas com a dinamização no campo. O “cardápio” que já conta com plantações diversas como banana, mamão, limão, manga, uva e cacau também se posiciona com a tangerina, de forma ainda mais estratégia, aproveitando o período de entressafra das outras regiões produtoras.

A média produtiva anual do Norte, onde a temporada da fruta ocorre na janela entre os meses de outubro e março, chega a pouco mais de 16.800 toneladas de tangerina, número ainda modesto em relação a outros polos produtivos, mas que contribui para a balança comercial do estado, que é o segundo maior produtor da fruta, especialmente tipo Pokan, do país. Com a estratégia adotada, os produtores garantem acesso a diversos compradores no país e preços atrativos em um cenário de pouco abastecimento do produto. 

Eliclécio Rios da Silva, gerente da Frutas Fransolin, instalada no perímetro irrigado do Projeto Jaíba, tem acompanhado esse movimento de mercado e se mostra com boas perspectivas para o ciclo de colheita, que vai iniciar após a safra dos grandes centros. Hoje são aproximadamente 60 hectares de tangerina na propriedade, o carro-chefe dos negócios, sendo metade já em produção e a outra parte esperada para iniciar colheita nos próximos anos.

“Para 2025 esperamos entre 1.300 a 1.500 toneladas. É um aumento em relação aos outros anos, em um mercado oportuno, com uma boa expectativa em relação ao preço, principalmente na janela que a gente está pensando em colher, no mês de dezembro. Aqui, por termos água suficiente e um clima predominante de calor, conseguimos ser competitivos e largar na frente, em relação a outros mercados, com uma janela diferente”, explicou Eliclécio Rios.

Dinamização e tecnologia no campo

A expectativa para toda Minas Gerais, segundo balanço do Governo do Estado, é de a colheita da tangerina registar, neste ano, uma safra de 238,6 mil toneladas, um crescimento de 3,1% em relação ao ano passado. O Norte do estado tem se aproximado desse panorama através do aprimoramento técnico e tendo a irrigação como um diferencial.

Segundo Moacir Brito Oliveira, doutor em produção vegetal, o investimento em tecnologia e acompanhamento especializado nos empreendimentos rurais ao longo dos últimos anos fez toda a diferença para o crescimento produtivo de frutas pouco típicas na região.

“Os produtores viram essa oportunidade para esta época de oferta pequena da fruta no mercado, mas, inicialmente, copiaram muito o que era feito em outras regiões produtoras. Viemos corrigindo esse manejo através dos reguladores de crescimento associado à redução hídrica, antecipando o florescimento da planta. O mercado tem aceitado bem os frutos, de alta qualidade, e a área de citrus do Norte de Minas deve ocupar, rapidamente, o segundo lugar no ranking de produção regional”, pontou o especialista.

Os mercados compradores da fruta produzida no Norte de Minas são variados, com maior força para o Nordeste e Centro-Oeste do país. Ao mesmo tempo que a oportunidade bate à porta, Eliclécio Rios entende que é preciso seguir trabalhando tecnicamente para o projeto de expansão e solidificação da fruta ser viável e sustentável. “Nós estamos hoje num processo de expansão. Por isso, procuramos sempre a capacitação e implemento de tecnologias para suprir os desafios com pragas e poder driblar a questão climática também para que a gente consiga trazer uma produção efetiva e uma fruta que realmente atenda bem o mercado”, explicou.

Com um plantio menor, porém, também muito ativo, o produtor Sirineu Rodrigues também se cercou dos novos conhecimentos para transformar sua pequena propriedade em um negócio sustentável. Limão, suinocultura, agroindústria de embutidos e, claro, a tangerina, que passou a ser cultivada em 2016 e será ampliada para dois hectares até o próximo ano. Na propriedade a expectativa é produzir, nesta safra, de 50 a 60 toneladas da fruta.

“Eu via alguns produtores amigos investindo. Contratei uma consultoria técnica e passei a fazer a indução da fruta. A minha colheita é em fevereiro, aproveitando o mercado, em uma época que aparecem mais compradores pela escassez da fruta. Tem dado certo, então incentiva a ampliação da área produtiva”, afirma.

Do pequeno ao grande produtor, o Norte de Minas tem mostrado um modelo de trabalho diferenciado e oportuno para quem atua com a fruticultura. “A fruticultura da região passa por um processo de modernização e aprimoramento profissional, mostrando viabilidade econômica para quem investe. Essa transformação rapidamente vai ajudar a firmar o Norte como um polo verdadeiramente viável e tecnicamente correto”, finaliza Moacir Brito Oliveira. 

Fonte: Ricardo Guimarães

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