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Manejo integrado abre caminho para transformar uso do fósforo na agricultura

A eficiência do fósforo é um dos grandes desafios da agricultura tropical e estudos científicos demonstram que uma pequena parte do nutriente aplicado no solo é aproveitada pelas plantas, o que limita o potencial produtivo das lavouras. Pesquisas conduzidas pela ICL no Brasil confirmam que, com manejo estruturado e tecnologias biológicas, é possível aumentar essa eficiência.

Segundo estudo publicado na revista Nature Scientific Reports (Pavinato et al., 2020), o Brasil acumula cerca de 1,6 milhão de toneladas de fósforo por ano. Desse total, mais de 70% ficam em formas pouco disponíveis para as plantas, limitando o aproveitamento desse nutriente pelas culturas. Na prática, de cada 100 quilos aplicados, apenas 50 são absorvidos pelas culturas, enquanto o restante fica retido no solo. “É como se o solo fosse um ímã que segura o fósforo com muito mais força do que a raiz consegue puxar”, explica Deyvid Bueno, gerente de Produtos da ICL para Aminoagro e Dimicron.

Com base nesse diagnóstico, a ICL replicou a pesquisa em seus centros de inovação de Conchal (SP) e Cruz Alta (RS), além de ensaios de campo em diferentes regiões agrícolas. Os resultados, obtidos em cinco anos de validação, mostraram aumento de até 18% na disponibilidade de fósforo e 19% de magnésio, confirmando que a adoção de um manejo estruturado reduz o desperdício e amplia a produtividade.

O solo vivo é a chave para maior eficiência

O conceito foi consolidado no sistema “Solo Vivo é Solo Fértil”, formado por soluções desenvolvidas pelas marcas Aminoagro e Dimicrom, da ICL, que atuam em quatro mecanismos complementares: expansão do sistema radicular (Raiz Pro e TMSP Power), estruturação do ambiente de solo (Moltop e Dimilon), mobilização microbiológica de fósforo (Tecnologia Phos), produção de fitormônios e fixação biológica de nitrogênio (PHOS e EVO53). Em conjunto, essas tecnologias compõem um manejo único no mercado por reunir, em sinergia, ferramentas validadas cientificamente para ativar processos naturais do solo e ampliar a eficiência do uso do fósforo.

“O fósforo é um dos nutrientes mais estratégicos e mais limitantes na agricultura tropical. Com base em pesquisas robustas, conseguimos mostrar que a combinação entre os fatores que melhoram os solos, a microbiologia aplicada e expansão radicular alteram a dinâmica do fósforo, tornando-o mais disponível e reduzindo o desperdício”, destaca Bueno. E os resultados independem da região geográfica do Brasil, de acordo com os especialistas, pois é o manejo integrado e estruturado que vai sustentar os resultados.

Em trabalhos realizados no centro de inovação com as ferramentas biológicas PHOS e EVO53, foi possível observar recuperação de até 3 kg ha-1 de fósforo a mais que nos tratamentos convencionais, chegando-se a ganhos de produtividades superiores a 5 sc ha-1. Esse resultado foi observado principalmente em locais que passaram por estresse hídrico, deixando evidente que um solo biologicamente ativo favorece um ambiente mais resiliente para as plantas.

Biomimética: ciência que inspira soluções para o campo

A iniciativa integra a proposta de valor global da ICL, fundamentada na Biomimética — ciência que se inspira em processos naturais para criar soluções aplicadas ao campo. “Ao observar como o próprio solo e os microrganismos se organizam na natureza, desenvolvemos tecnologias que imitam e potencializam esses mecanismos. O resultado é um manejo mais eficiente, sustentável e alinhado às necessidades reais dos agricultores”, afirma Bernardo Vieira, gerente de Produtos Biológicos da ICL.

Para os produtores, os impactos são práticos. “O agricultor já pagou por esse fósforo, mas grande parte dele acabará retido no solo. Quando criamos condições para que a raiz e os microrganismos trabalhem juntos, esse fertilizante passa a ser melhor aproveitado e a produtividade aumenta sem depender apenas de aplicar doses maiores para compensar as perdas”, acrescenta Vieira.

A perspectiva para a safra 2025/26 é de que esse tipo de manejo estruturado ganhe cada vez mais relevância, apoiando agricultores em diferentes realidades e regiões do País. “Quanto mais vivo está o solo, mais fértil ele se torna. Queremos que o produtor tenha acesso a soluções científicas e embasadas com trabalhos realizados a campo, capazes de transformar o que antes era perda em produtividade real”, conclui Bueno.

Fonte: Cláudia Rodrigues Santos Nunes

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