A Plataforma Saúde do Solo BR: Big Data para Solos Resilientes e Sistemas Alimentares será lançada na AgriZone, durante a COP30, que acontece de 10 a 21 de novembro, em Belém (PA). O evento de lançamento está marcado para o dia 17 de novembro, às 11h. A plataforma é uma ferramenta inédita que transforma dados em conhecimento, apoiando agricultores, pesquisadores e gestores na construção de uma agricultura sustentável, resiliente e de baixo carbono.
A iniciativa democratiza o acesso da sociedade brasileira ao maior banco de dados de saúde do solo do mundo, criado cinco anos depois do lançamento da tecnologia de Bioanálise de Solo (BioAS). “Hoje o Brasil detém um banco de dados de saúde do solo sem precedentes, baseado na atividade enzimática e nos teores de matéria orgânica. Esse banco é dinâmico e cresce a cada dia. Nesse primeiro momento, vamos disponibilizar os resultados das primeiras 52 mil amostras”, destaca a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes.
O banco de dados está sendo construído por meio de uma parceria inovadora com os 33 laboratórios comerciais de análises de solo, membros da Rede Embrapa que utilizam a tecnologia BioAS. O Brasil foi pioneiro ao incluir parâmetros biológicos nas análises de rotina, mostrando que avaliar a saúde do solo em larga escala pode ser um processo simples e acessível. Segundo a pesquisadora Ieda, a escolha da plataforma para lançamento durante a COP30 foi recebida com entusiasmo. “Foi com grande alegria que recebemos essa notícia”, comemora.
“A criação da Plataforma Saúde do Solo é um desdobramento natural da ampla adoção da Tecnologia de Bioanálise de Solo (BioAS) no Brasil”, avalia o pesquisador Guilherme Chaer, da Embrapa Agrobiologia. Segundo ele, a análise integrada dos dados possibilita classificar cada amostra dentro de padrões de saúde do solo. O sistema de classificação considera os resultados das análises químicas e biológicas, e organiza os solos em cinco padrões: saudável, em processo de degradação (adoecendo), degradado (doente), em recuperação e intermediário.
Outro diferencial da Plataforma é o mapa de tendência do carbono do solo (TCS), que se baseia no Índice de Tendência do Carbono do Solo (ITCS), calculado a partir dos bioindicadores da BioAS em conjunto com os teores de matéria orgânica do solo (MOS). “O ITCS parte do princípio de equilíbrio entre MOS e atividade biológica: em sistemas naturais ou manejados de forma estável por longos períodos, observa-se um balanço bioquímico entre ambos. Alterações nas práticas de manejo rompem esse equilíbrio temporariamente e os bioindicadores permitem detectar a direção e a intensidade das mudanças, sinalizando tendências futuras da MOS”, explicou.
A ferramenta
A Plataforma Saúde do Solo reúne os dados de todas as bioanálises realizadas pelos laboratórios da Rede BioAS no território nacional. As informações são coletadas e armazenadas de forma anônima pela Embrapa. O grande volume de informações permite gerar mapas e estatísticas sobre a saúde dos solos em escalas municipal, estadual e nacional — o principal objetivo da Plataforma.
A plataforma disponibiliza índices de ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes, além da classificação da saúde do solo e do Mapa de Tendência do Carbono do Solo (TCS), que estima se o solo tende a ganhar ou perder carbono. Os usuários poderão explorar os dados por meio de filtros que permitem consultas em diferentes escalas espaciais e temporais, seleção por culturas agrícolas e classes texturais de solo. A plataforma ainda possibilitará a visualização simultânea de dois mapas comparativos, favorecendo análises paralelas.
COP30
A AgriZone integra a Jornada pelo Clima, iniciativa da Embrapa que busca ampliar o conhecimento da sociedade sobre a questão climática e divulgar tecnologias, pesquisas e soluções desenvolvidas pela ciência brasileira nessa área. O projeto conta com patrocínio máster do Senar; patrocínio Diamante+Ouro da Nestlé; patrocínio Diamante da Bayer e do IICA; patrocínio Ouro+Bioma Local da Caixa; e parceria institucional do Sebrae.
Fonte: CERRADOS NCO