Depois de congregar acima de 40 companhias fabricantes de mais de 100 adjuvantes agrícolas, o programa Adjuvantes da Pulverização entra em uma nova fase nos próximos dias. Financiada com recursos privados, liderada pelo Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC), sediado em Jundiaí (SP), a iniciativa começa a compartilhar com suas empresas parceiras tabelas de intepretação de resultados do banco de dados do programa, desenvolvido por meio de análises estatísticas.
O programa Adjuvantes da Pulverização foi responsável pelo lançamento do Selo IAC de funcionalidade para adjuvantes agrícolas, expedito pelo CEA-IAC para produtos enviados por fabricantes parceiros do órgão, submetidos a análises em profundidade e considerados compatíveis com a prática agrícola.
“A pesquisa está utilizando hoje um indicador estatístico, denominado ‘percentil’, com resultados associados a propriedades como tensão superficial, espalhamento e deriva dos produtos, evoluindo nos parâmetros de classificação”, resume Hamilton Ramos, pesquisador científico, idealizador e coordenador do programa.
“As tabelas de interpretação, que ainda podem ser aperfeiçoadas, ajudarão fabricantes e usuários a identificar se um adjuvante apresenta alto efeito, baixo efeito ou nenhum efeito para funcionalidade específica”, ele continua.
Ramos ressalta que adjuvantes constituem produtos adicionados à calda de agroquímicos, anteriormente à aplicação destes últimos nas plantações. “Têm por objetivo melhorar a eficácia de tratamentos e reduzir perdas nas pulverizações”, diz o pesquisador. “Associado a um defensivo agrícola de alta tecnologia, um adjuvante de má-qualidade resulta em perdas nos investimentos em controle de pragas, doenças e invasoras”, ele exemplifica.
Conforme Ramos, ao contrário dos defensivos agrícolas ou agroquímicos, adjuvantes não demandam registro oficial obrigatório no Brasil. “Essa brecha regulatória implica riscos ao agricultor em relação à qualidade dos adjuvantes que adquire, daí a relevância, para os fabricantes dos insumos, quanto a contar com um selo de funcionalidade do IAC, na prática uma chancela de confiabilidade.”
Ainda de acordo com o pesquisador, a emissão do Selo IAC para adjuvantes leva em média seis meses para ser concluída, a partir da adesão de companhias ao programa. “O Selo de Funcionalidade é também parte importante de um processo que visa a estabelecer normas que ancorem um sistema oficial de certificação, unificado, para tais produtos”, finaliza Ramos.
Órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, o CEA-IAC desenvolve projetos relacionados a adjuvantes agrícolas há mais de vinte anos. Para isso, investe continuamente na modernização de um laboratório avançado na área que absorve diferentes demandas de companhias fabricantes desses produtos estabelecidas no país.
Fonte: Fernanda Campos