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Especialista orienta como substituir antibióticos na produção animal com segurança e ganhos de produtividade

Reduzir o uso de antibióticos na produção animal não é apenas uma tendência global, mas um passo cada vez mais necessário para manter a competitividade no mercado. Para Gisele Neri, zootecnista e gerente de produtos da Kemin, fabricante global de ingredientes para saúde e nutrição animal, os produtores que se anteciparem terão vantagem. “A redução do uso de antibióticos é impulsionada por pressão do consumidor, preocupação com a resistência antimicrobiana, legislações mais rígidas e pela busca por cadeias produtivas mais responsáveis”, explica.

A especialista lembra que o tema está diretamente relacionado ao conceito de “One Health”, que integra saúde humana, animal e ambiental. “Não se trata apenas de atender exigências de mercado, mas de adotar um modelo mais sustentável e seguro para todos os elos da cadeia.”

Pesquisas comprovam impacto na produtividade

São mais de 50 estudos realizados nos últimos anos comprovando os benefícios da saúde intestinal como estratégia de manejo. “Animais com intestinos íntegros e microbiota equilibrada apresentam melhor conversão alimentar e ganho de peso. A integridade das tight junctions nas células intestinais impede a entrada de toxinas e patógenos, preservando a saúde geral do animal. Enterócitos bem nutridos com ácido butírico garantem maior absorção de nutrientes, refletindo diretamente na performance”, destaca Gisele.

Outro dado relevante é o papel de produtos com função imunomoduladora. “As beta-glucanas permitem respostas imunes mais rápidas e eficientes, com menor gasto energético, o que se traduz em bem-estar para o animal e produtividade superiores.”

Alternativas naturais com eficácia comprovada

Entre as opções mais eficazes para reduzir antibióticos, Gisele cita:

  • Ácidos orgânicos, como o ácido butírico encapsulado;
  • Probióticos e prebióticos, para bem-estar com produtividade e saúde;
  • Imunomoduladores, como beta-glucanas de algas, que preparam o sistema imune.

Mas ela alerta: “Antes de substituir os antibióticos, o produtor deve avaliar os desafios sanitários e nutricionais da produção, a qualidade das matérias-primas e escolher aditivos com comprovação científica robusta. Também é essencial contar com suporte técnico e analisar o retorno econômico esperado.”

Desafios e próximos passos

No Brasil, o principal obstáculo ainda é cultural. “Em primeiro lugar, há o medo da mudança, além do custo inicial que eventualmente pode parecer mais elevado e da falta de informação técnica confiável. Muitos produtores ainda desconfiam da eficácia de alguns aditivos por falta de estudos científicos robustos”, afirma Gisele.

Mesmo assim, ela acredita que o cenário vai mudar rapidamente. “Nos próximos cinco anos, o uso de antibióticos será cada vez mais restrito a casos terapêuticos pontuais, com forte expansão do uso de estratégias preventivas e naturais na produção animal.”

A orientação da especialista é clara: integrar biosseguridade, nutrição de precisão, manejo adequado e aditivos substitutos aos promotores de crescimento é o caminho para garantir alta performance e atender às novas exigências do mercado. “Quem se preparar agora, com base em ciência e suporte técnico qualificado, estará à frente na produção animal do futuro.”

Fonte: Mariana Cremasco

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