A irrigação no Brasil deixou de ser uma prática restrita a culturas específicas ou grandes fazendas para se tornar uma estratégia acessível e desejada por produtores de todos os perfis. Dos pequenos agricultores familiares aos grandes grupos empresariais, cresce no país um novo tipo de irrigante: mais tecnificado, estratégico e atento às oportunidades que a irrigação traz em termos de produtividade, rentabilidade e estabilidade climática.
Segundo Luiz Heimpel, gerente de Acesso ao Mercado, Pricing & BI da Netafim Brasil, “o perfil dos novos irrigantes no Brasil é bem diverso, abrangendo desde agricultores familiares — uma fatia importante desses novos irrigantes — a médios e grandes grupos empresariais. Todos buscam na tecnificação da irrigação e demais práticas um meio de enfrentar adversidades climáticas, acessar mercados distintos em janelas de produção e buscar maior produtividade e rentabilidade”.
Essa nova geração de irrigantes está também ligada a um movimento comportamental importante no campo: o retorno, ou permanência, dos sucessores nas propriedades rurais. “Temos visto novas gerações optando por se estabelecer nas propriedades rurais, em movimento contrário ao que se via em décadas passadas, apoiando as gerações mais antigas e assumindo a frente na gestão dos temas relacionados à tecnologia”, explica Heimpel.
Mais tecnologia, mais dados, mais safras
A irrigação moderna deixou de ser apenas uma solução para garantir a produção em períodos de seca. Hoje, é uma ferramenta estratégica que permite colheitas mais estáveis, antecipação de ciclos, maior controle de qualidade e até o cultivo de duas ou três safras por ano, o que pode dobrar ou triplicar a rentabilidade da área.
Para isso, a tecnologia é a principal aliada. “A adoção de sistemas mais eficientes de irrigação como o gotejamento é uma característica marcante. Essa modernização é impulsionada não apenas pela busca de maior produtividade, mas também pela crescente preocupação com o uso racional da água e pela necessidade de cumprir com as legislações ambientais”, afirma Heimpel.
Entre as soluções buscadas por esses novos irrigantes estão ferramentas que permitem tecnificar o campo, automatizar processos e tomar decisões com base em dados. É o caso do GrowSphere™, sistema operacional digital da Netafim para irrigação e fertirrigação de precisão. Ele permite ao irrigante controlar todo o processo por meio de uma plataforma visual e automatizada, conectada a sensores e alimentada por dados agronômicos e históricos da lavoura. A proposta é que a tomada de decisão seja muito mais precisa, segura e econômica.
Como se tornar um irrigante hoje
A decisão de investir em irrigação deve começar com um diagnóstico técnico e financeiro da propriedade. O ideal é buscar uma consultoria especializada para avaliar o tipo de solo, cultura, disponibilidade de água e energia, além das possibilidades de retorno do investimento.
Heimpel destaca que ainda existem alguns entraves, especialmente em áreas mais remotas. “Entre os desafios que impactam a adoção de sistemas mais tecnológicos estão o acesso à energia elétrica e conectividade, e o custo dessas implantações no campo, que podem exigir um planejamento eficaz”, pontua.
Mesmo assim, a expectativa é que esse perfil siga se expandindo, especialmente com políticas públicas voltadas à irrigação, linhas de crédito específicas e programas de incentivo à tecnificação da agricultura.
“O novo irrigante no Brasil é um ator dinâmico e tecnificado, que enxerga na irrigação uma ferramenta essencial para o desenvolvimento sustentável de sua atividade, seja ela de pequena, média ou grande escala. A tendência é de que esse perfil se consolide e se expanda nos próximos anos, impulsionado pela contínua busca por eficiência, rentabilidade e resiliência no campo”, conclui o especialista da Netafim.
Fonte: Mariana Cremasco
