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Fundepag apresenta nova estrutura de gestão e destaca projetos de alto impacto em workshop com ICTs

A Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag) promoveu em junho, no auditório do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN, em São Paulo, o Workshop Boas Práticas, que reuniu equipes técnicas, coordenadores e parceiros institucionais para trocar experiências, compartilhar boas práticas e apresentar iniciativas que vêm gerando resultados concretos para as Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) e para a sociedade.

O evento teve como foco a apresentação das mudanças na estrutura de gestão da Fundação para acompanhar o crescimento da rede e o aumento da complexidade dos projetos apoiados. Segundo a gerente de Negócios e Inovação da Fundepag, Flávia Gutierrez Motta, o número de ICTs credenciadas cresceu de 12 para 20 entre 2024 e 2025, e o volume de propostas em negociação subiu 25%. Além disso, o ticket médio dos projetos cresceu 31% e o valor total aprovado quadruplicou, chegando a R$ 98 milhões em um único projeto.

“Com o crescimento acelerado da nossa rede e a complexidade dos projetos, ficou claro que precisávamos evoluir nossa estrutura para atender com agilidade e qualidade as demandas das ICTs e do mercado”, afirmou Flávia.

Para lidar com esse cenário, a Fundepag redesenhou sua ‘Gerência de Negócios e Inovação (GNI)’, reformulando sua missão para “transformar oportunidades em negócios inovadores e sustentáveis”. Sobre esse novo direcionamento, Flávia explicou que “não se trata apenas de um slogan, mas de um compromisso diário para gerar valor real para a ciência e para a sociedade”.

A área agora conta com equipes dedicadas à inteligência de mercado e prospecção, negociação e acompanhamento de contratos, assessoria técnica e excelência operacional de projetos, todas trabalhando integradas com outras gerências e com o suporte jurídico da Fundação. “A colaboração entre nossas equipes técnicas, jurídicas e operacionais é fundamental para garantir processos eficientes e contratos robustos que respaldem o sucesso dos projetos”, ressaltou a gerente.

Fundepag em ação

No workshop, foram apresentados diversos cases de sucesso que ilustram a atuação da Fundepag em inovação aberta e colaboração entre setor público e privado.

O CCD Circula, coordenado pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos – ITAL e aprovado no edital de Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCD) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, trabalha soluções para resíduos pós-consumo na economia circular. O projeto reúne nove instituições de pesquisa, incluindo Universidade de São Paulo – USP e Institutos de Pesquisas Tecnológicas – IPTs, e sete empresas do setor de alimentos e embalagens. Com aporte financeiro de R$ 1 milhão por empresa, igualado pela FAPESP, e recursos do Governo do Estado para equipamentos, o CCD Circula conta com 94 profissionais e 17 subprojetos em andamento, organizados em cinco plataformas temáticas, que vão desde a gestão da inovação até educação para consumo consciente. O dirigente da Embrapi/ Instituto Federal de São Paulo, Sérgio Vicente de Azevedo, ressaltou o papel da Fundepag no suporte jurídico e operacional, e o planejamento para garantir sustentabilidade após o fim dos financiamentos.

Outro destaque foi o projeto colaborativo para o desenvolvimento e aplicação de bioinsumos no controle do bicudo da cana-de-açúcar, uma das principais pragas da cultura em São Paulo. Coordenado pelo Instituto Biológico (IB) e com apoio da Fundepag, o projeto envolve cinco instituições de pesquisa e sete empresas, com investimentos que somam cerca de R$ 3 milhões. O grupo superou a negativa inicial da FAPESP para montar uma parceria alternativa e avançar na produção, formulação, aplicação e monitoramento de fungos entomopatogênicos para controle biológico. Segundo o pesquisador José Eduardo Marcondes de Almeida, a cooperação entre química, biologia e agronomia, aliada à evolução da legislação de bioinsumos, tem sido decisiva para o progresso. O pesquisador destacou ainda o aprendizado adquirido na aplicação em campo e a governança compartilhada entre os participantes.

O Projeto Arbóreo também marcou presença no evento como exemplo de inovação e parceria público-privada. Criado a partir de coleções científicas de espécies exóticas mantidas há mais de 60 anos pelo Estado de São Paulo, o projeto aproveita bancos de germoplasma de pinus e eucaliptos para renovar e ampliar áreas produtivas em Unidades de Conservação. Com o apoio técnico e jurídico da Fundepag, o projeto estruturou uma parceria que inclui investidores privados interessados na aplicação dos materiais geneticamente melhorados, garantindo geração de recursos para a conservação ambiental. O modelo inclui a comercialização do chamado “resíduo de pesquisa”, excedentes gerados nos experimentos, que financiam a continuidade do projeto. O dirigente NIT IPA, Emerson Alves da Silva, um dos idealizadores do projeto, destacou o papel da Fundepag na segurança jurídica e no equilíbrio da divisão de propriedade intelectual.

Outro exemplo apresentado no evento foi o Projeto Valoriza a Pesca, desenvolvido pelo Instituto de Pesca em parceria com os Ministérios Públicos Estadual e Federal, com gestão da Fundepag. A iniciativa surgiu após o grave acidente industrial de 2015 na região portuária de Santos e consolidou-se como um modelo inédito de reparação com impacto social, ambiental e institucional. Com foco na geração de dados sobre a pesca artesanal, no monitoramento ambiental e no fortalecimento das comunidades da Baixada Santista, historicamente invisibilizadas, o projeto mobilizou cerca de 40 profissionais e atua em cinco frentes, incluindo segurança alimentar e avaliação de recursos pesqueiros. “Ao dar voz e estrutura às comunidades pesqueiras, o Valoriza a Pesca resgata uma parte essencial da identidade costeira paulista. É ciência aplicada que transforma realidades e políticas públicas”, afirmou a diretora do Instituto de Pesca, Cristiane Neiva, ao destacar o papel da Fundepag na viabilização técnica e legal da iniciativa.

“Acreditamos que só conectando instituições públicas e privadas com uma gestão focada em resultados poderemos fortalecer o ecossistema de inovação no Brasil”, disse Flávia, reforçando o compromisso da Fundação em apoiar ICTs e fortalecer o ecossistema brasileiro de ciência, tecnologia e inovação. “Estamos construindo uma estrutura robusta, orientada por dados e focada em resultados que fazem a diferença no país”.

“O fato de termos projetos que chegam a quase R$ 100 milhões mostra a confiança que o setor tem na Fundepag e na capacidade das ICTs de entregar resultados de impacto”, concluiu Flávia. Destacando que o evento buscou demonstrar como a Fundepag tem aprimorado seus processos para dar suporte mais eficiente, ágil e integrado às ICTs, consolidando uma atuação em rede que conecta ciência, mercado e sociedade.

Fonte: Glaucia Bezerra

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