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Controle das diarreias neonatais auxilia na promoção de leitegadas mais saudáveis

As diarreias neonatais representam um dos principais entraves à produtividade e à sustentabilidade da suinocultura moderna, afetando diretamente o desempenho zootécnico e econômico das granjas. Presentes sobretudo nos primeiros dias de vida, esses quadros comprometem severamente o desempenho zootécnico dos leitões e podem provocar perdas econômicas significativas ao longo de toda a cadeia produtiva.

Diversos agentes patogênicos estão associados às diarreias nos primeiros dias de vida, com destaque para bactérias como Escherichia coli enterotoxigênica (ETEC) e Clostridium perfringens tipo C, além de vírus como o rotavírus e os coronavírus entéricos (TGEv e PEDv). Esses patógenos são frequentemente encontrados no ambiente de maternidade e encontram nos leitões recém-nascidos — ainda com o sistema imune imaturo — um hospedeiro altamente vulnerável. A infecção ocorre com facilidade e a evolução clínica pode causar desidratação severa, necrose intestinal e mortalidade precoce, sobretudo nos casos em que não há imunidade adequada transferida via colostro.

Nesse sentido, a qualidade da colostragem e o consumo adequado de colostro logo após o nascimento exercem papel determinante na prevenção das diarreias neonatais. O colostro é a principal via de transferência de imunidade passiva da matriz para os leitões, fornecendo imunoglobulinas essenciais, especialmente IgG, além de nutrientes, fatores de crescimento e componentes antimicrobianos que atuam na proteção da mucosa intestinal. 

A ingestão precoce e em quantidade suficiente garante uma melhor colonização intestinal por microrganismos benéficos, reduz a adesão de patógenos e fortalece as barreiras imunológicas locais. Leitões que não recebem colostro adequado, seja por falhas na ingestão ou por má qualidade do colostro, tornam-se mais suscetíveis às infecções entéricas e, consequentemente, apresentam maior risco de desenvolver quadros graves de diarreia, além de sofrerem com menor desempenho inicial e maiores taxas de mortalidade.

Além da alta taxa de letalidade, os efeitos subclínicos das diarreias não devem ser subestimados. Leitões que enfrentam quadros entéricos durante a fase lactente, mesmo que sobrevivam, geralmente apresentam menor peso ao desmame, crescimento desuniforme e redução na eficiência alimentar, com impactos que se prolongam por todo o ciclo produtivo. A necessidade de tratamentos antimicrobianos também se eleva, aumentando os custos de produção e a pressão por resistência bacteriana — um tema de crescente preocupação no setor.

Frente a esse cenário, a vacinação de fêmeas gestantes surge como uma ferramenta preventiva de alta eficácia. Ao imunizar as matrizes com vacinas específicas contra os principais agentes entéricos, estimula-se a produção de anticorpos que serão transferidos aos leitões por meio do colostro e do leite, oferecendo uma proteção passiva crítica durante o período de maior vulnerabilidade imunológica dos neonatos. Essa transferência de imunidade materna é essencial para bloquear a colonização intestinal precoce por patógenos e mitigar os danos à mucosa intestinal, garantindo melhor absorção de nutrientes e um desenvolvimento inicial mais robusto.

Segundo Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de serviços veterinários de suínos da Ceva Saúde Animal, a abordagem preventiva baseada na vacinação materna deve fazer parte de um protocolo sanitário bem estruturado e contínuo nas granjas. “A proteção dos leitões começa antes do nascimento. A vacinação das fêmeas permite a entrega de leitegadas mais saudáveis, homogêneas e com maior capacidade de enfrentar os desafios sanitários comuns à fase de maternidade. Isso se traduz em menos perdas, menor uso de medicamentos e melhor desempenho ao longo de todo o ciclo”, destaca.

Embora o manejo ambiental, a higiene das instalações e a qualidade nutricional da matriz também desempenhem papéis importantes no controle das doenças entéricas, a imunização pré-parto tem se consolidado como uma das práticas mais efetivas e economicamente viáveis para reduzir a ocorrência das diarreias neonatais.

“Ao adotar protocolos de imunização materna bem estruturados, os suinocultores não apenas garantem o bem-estar e a saúde dos leitões, como também contribuem para uma produção mais eficiente, sustentável e alinhada às exigências dos mercados nacionais e internacionais”, reforça o profissional.

Nesse contexto, investir na imunização das fêmeas contra os principais agentes causadores de diarreias neonatais não é apenas uma medida sanitária, mas uma decisão estratégica que impacta positivamente toda a cadeia produtiva, desde o nascimento até o abate.

A Ceva reforça seu compromisso com a suinocultura brasileira, oferecendo suporte técnico e soluções inovadoras que auxiliam o produtor na condução de uma granja mais rentável, segura e produtiva desde os primeiros dias de vida dos animais.

Fonte: Gisele Assis 

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