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Adoção de bioinsumos cresceu 13% na safra 2024/2025

De acordo a CropLife Brasil (CLB), associação que representa as empresas de pesquisa e desenvolvimento de bioinsumos industriais, a utilização de bioinsumos cresceu 13% na safra 2024/2025 no país. O crescimento médio anual do setor nos últimos três anos foi de 22%, taxa quatro vezes superior à média global. O levantamento, feito em parceria com a consultoria Blink, foi divulgado durante o lançamento do projeto Bioinsumos do Brasil, realizado no fim de maio, em Brasília (DF).

Para a diretora de Bioinsumos na CLB, Amália Borsari, o desempenho do mercado reflete os investimentos em inovação e a busca por práticas sustentáveis no campo. “Tivemos um avanço tecnológico da indústria de pesquisa e desenvolvimento nacional nos últimos anos, que oferece produtos eficazes para adoção do produtor. Então, o aumento da demanda proporcionou aumento de oferta e o crescimento do mercado,” reflete Borsari.

O diretor-presidente da CLB, Eduardo Leão, sustenta uma série de fatores para explicar o avanço da utilização do produto no país. “O produtor aprendeu a combinar tecnologias: defensivos e bioinsumos. Isso tem resultado em aumento de produtividade e sustentabilidade no campo. Aliado a isso, investimento maciço da indústria para maior oferta de produtos. Esse case de sucesso traz esses bons resultados e cria essa oportunidade de gerar negócios a partir desses insumos para o Brasil no exterior,” afirma o executivo.

Mercado global

De acordo com a consultoria DurhamTrimmer, em 2024, o mercado global de produtos biológicos foi estimado em US$ 14 bilhões. O segmento mais representativo são os produtos de controle, com cerca de 60% dessa fatia. A previsão é de manutenção da maior fatia do mercado.

A previsão de crescimento anual global até 2027 é de 13%, o que corresponde a US$ 20 bi, superior a 40% do valor total de mercado em 2024. Segundo a agência, a integração de defensivos e bioinsumos é um dos principais fatores desse crescimento.

A América Latina deve passar de 20% em 2021 para 29% até 2029, se tornando o maior mercado regional de produtos de controle biológico. Entre as culturas, as de larga escala devem subir de 13% em 2021 para 20% em 2029.

A projeção de crescimento é apoiada pela expectativa de Estados Unidos e Europa aumentarem a adoção do uso de bioinsumos em grandes culturas, tendo o Brasil como exemplo, com uma das maiores taxas de utilização de produtos biológicos do mundo.

Mercado brasileiro

A área potencial tratada com bioinsumos na safra 2024-2025 registrou 156 milhões de hectares. A taxa média de adoção por área passou de 23% para 26%, no comparativo das últimas duas safras, em uma referência de área plantada de 77 milhões de hectares.

A estimativa de área tratada considera aplicações de produtos como biofungicidas, bioinseticidas, bionematicidas, bioinoculantes e solubilizadores de nutrientes, muitas vezes realizadas em uma mesma lavoura em momentos diferentes durante a safra.

O destaque na taxa média de adoção por segmento foram os bioinseticidas, que passaram de 26% para 30%. Entre os biofungicidas foi 11% para 13%, bionematicidas de 23% para 24%, bioinoculantes de 54% para 56% e solubilizadores de nutrientes de 4% para 5%.

Área tratada

A área tratada no Brasil com proteção de cultivos (químicos e biológicos) cresceu 7% em relação à safra 2023/2024. Na mesma área, a adoção de bioinsumos cresceu acima dos 35%, com uma participação total na safra 2024/2025 de 13%.

Uso de bioinsumos por cultura

Entre os principais cultivos, 62% do uso de bioinsumos no Brasil foi destinado para soja, aumento de 7 pontos percentuais em relação à safra passada. No milho, o percentual caiu de 27% para 23%, na cana-de-açúcar diminui de 12% para 10% e no algodão, café, citrus e hortifruti (HF) manteve-se em 6%.

Distribuição regional

O Mato Grosso segue como o estado com o maior uso de bioinsumos agrícolas, com 34% do valor total. Em seguida, Goiás/Distrito Federal com 12%, São Paulo com 10%, Paraná e Mato Grosso do Sul com 8%, Minas Gerais com 7% e Rio Grande do Sul com 5%, entre os principais estados na safra 2024-2025. Os patamares se mantiveram em relação à safra passada.

Principais segmentos por cultura

Entre as culturas, destaque para os bioinseticidas utilizados principalmente para soja, milho cana-de-açúcar e HF, os bionematicidas para algodão e soja e os bionfungicidas para HF, na safra 2024-2025.

Contexto nacional

A partir do crescente interesse na agricultura de baixo impacto ambiental, os produtos biológicos para o campo têm se mostrado uma alternativa viável para uma produção mais sustentável.

Quatro grandes fatores devem sustentar o crescimento do mercado de bioinsumos no Brasil para os próximos anos: a contínua profissionalização e a expansão da indústria; o manejo integrado de defensivos químicos e bioinsumos, com efeito positivo para o controle de pragas e doenças cada vez mais resistentes na agricultura tropical; o aumento da adoção entre os agricultores; e as novas formulações e tecnologias em produtos biológicos.

Conjuntura de mercado

Ao analisar a conjuntura do mercado de bioinsumos, CLB e Blink avaliam os desafios do último ano para a indústria de insumos agrícolas. Entre eles estão as questões climáticas, a redução de custos de outras tecnologias agrícolas e a volatilidade cambial.

Em contraposição, surgem oportunidade como a relação custo-benefício favorável, a sinergia de adoção com outras tecnologias agrícolas e o aumento da exportação de bioinsumos.

Como resultados, o levantamento traz o aumento dos investimentos em inovação e a ampliação do portfolio de produtos para o produtor rural. Com tudo isso, os bioinsumos mantém o ritmo de expansão.

Pesquisa e Desenvolvimento

Entre as indústrias de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de produtos de controle biológico, a CropLife Brasil representa mais de 80% do mercado, com 23 empresas associadas à Câmara de Bioinsumos da associação.

Fonte: Paulo Roberto D’Agustini <paulo.dagustini=

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