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Produtores rurais descobrem no crédito de carbono uma ferramenta para fortalecer a preservação ambiental

A jornada do agricultor Luiz Eduardo Pilatti Rosas, rumo à compensação da pegada de carbono, começou após a consultoria da RDG Eco Finance, empresa especializada em projetos de compensação de pegada de carbono para o setor rural e empresas. Com áreas de floresta nativa já preservadas por exigência legal, Pilatti encontrou na estruturação técnica do projeto uma forma de fortalecer a conservação ambiental em sua propriedade, alinhando responsabilidade com inovação.

No Brasil, produtores rurais têm a responsabilidade legal de preservar áreas de vegetação nativa em suas propriedades. No caso da Amazônia Legal, por exemplo, o Código Florestal determina a manutenção de até 80% da área como reserva legal, ou seja, sem qualquer tipo de uso produtivo. Em meio a essa realidade, cresce o interesse por iniciativas que contribuam para o fortalecimento da conservação, como o mercado voluntário de créditos de carbono.

Pilatti cultiva grãos no Paraná e mantém áreas preservadas em Rondônia. Atento às discussões sobre meio ambiente, o agricultor viu no mercado de carbono uma ferramenta de apoio técnico e ambiental para reforçar a proteção de florestas que já são mantidas conforme a legislação.

“Essas áreas já são protegidas por obrigação legal, mas cuidar delas requer vigilância, manutenção e estrutura. O crédito de carbono surgiu como uma forma de dar mais respaldo a esse trabalho, com embasamento técnico e certificação reconhecida”, explica.

Estruturação do projeto

Com apoio da RDG Eco Finance, Pilatti estruturou um projeto baseado, primeiro, no cancelamento de desmatamentos autorizados e, depois, na proteção ativa de florestas nativas. A principal ação foi o reforço no controle contra incêndios e invasões, em regiões sensíveis da Amazônia.

“A floresta continua intacta, como sempre foi. A diferença é que agora temos um projeto que reconhece esse esforço e traz ferramentas para proteger melhor”, diz.

Segundo o produtor, obter a certificação foi rápido e prático com o auxílio do time da RDG: “bastou apresentar documentos como o CAR (Cadastro Ambiental Rural) e o georreferenciamento atualizado. Os créditos estão atualmente registrados na B3 e na plataforma da própria RDG, aguardando negociação”, conta.

“Mais importante que a venda é entender que esse é um caminho de longo prazo. Serve para fortalecer quem já preserva e quer fazer isso com mais segurança”, afirma Pilatti

Sem exploração comercial, com reinvestimento ambiental

Pilatti reforça que o foco do projeto não é gerar lucro, mas reinvestir em ações de proteção e manejo responsável. “Não estamos falando de exploração. O crédito de carbono nos ajuda a continuar fazendo o que a lei exige, com mais qualidade e planejamento”, diz. Entre os próximos passos, ele planeja ampliar áreas preservadas e desenvolver pequenos projetos de reflorestamento.

Para ele, a valorização da floresta em pé ajuda a criar uma cultura de sustentabilidade no campo. “Temos uma nova geração mais conectada ao tema ambiental. Isso contribui muito.”

Para Ivan Pinheiro, diretor Comercial e sócio-fundador da RDG Eco Finance, o protagonismo do produtor rural é fundamental na agenda ambiental do país. “O mercado de carbono ainda é recente para a maioria dos produtores. Nosso papel é justamente tornar essa jornada técnica mais acessível e segura para quem já preserva e quer avançar. Com orientação adequada, é possível transformar uma obrigação legal em uma oportunidade de impacto ambiental positivo”, afirma o executivo.

Potencial brasileiro e avanços no setor

Segundo o Banco Mundial, o mercado global de carbono movimentou US$ 909 bilhões em 2023, 13% a mais que no ano anterior. No Brasil, o segmento vem se consolidando com iniciativas como a Política Nacional de REDD+ e o avanço do projeto de lei que institui o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), atualmente em análise no Congresso.

Paralelamente, soluções tecnológicas vêm facilitando a entrada de produtores nesse mercado, com imagens de satélite e inteligência artificial que permitem medir e certificar áreas preservadas com agilidade e custos reduzidos – em média, R$ 200 por hectare, com entrega em até 90 dias.

Para especialistas, o Brasil reúne as condições ideais para liderar a geração de créditos de carbono de alta qualidade, sobretudo em biomas como a Amazônia e o Cerrado.

“Estamos apenas começando. Com mais informação e suporte técnico, acredito que muitos produtores vão enxergar nesse mercado uma forma de agregar valor à preservação”, conclui Pilatti.

Fonte: EGOM PR AGENCY 

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