Cerca de 30 jornalistas de veículos da capital federal conheceram, em primeira mão, parte das tecnologias e soluções sustentáveis que a Embrapa vai apresentar na AgroBrasília 2025, feira que será realizada pela COOPA-DF de 20 a 24 de maio no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, localizado no PAD-DF, Distrito Federal. Eles participaram, na última sexta-feira (16), do Dia de Campo com Jornalistas, evento promovido pela COOPA-DF, organizadora da feira.
Os profissionais da imprensa foram recepcionados pelo presidente da COOPA-DF, José Guilherme Brenner; pelo secretário de Agricultura do DF, Rafael Borges Bueno; e pelo presidente da Emater-DF, Cleison Duval. Em seguida, eles visitaram as dependências do parque, onde conheceram a vitrine da Embrapa, com apresentações do chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia substituto da Embrapa Cerrados, Renato Amabile, e dos pesquisadores Mábio Chrisley e Leonardo Melo, da Embrapa Arroz e Feijão (GO).
Amabile informou que a Embrapa estará apresentando na feira cerca de 100 tecnologias desenvolvidas por nove unidades de pesquisa da Empresa. “Para cada real que a Embrapa investe em pesquisa, foram retornados, em 2024, R$ 25,37 para a sociedade. Essa é a importância de se investir em ciência e inovação. Além disso, temos uma gama de tecnologias para atender pequenos, médios e grandes produtores”, disse, citando soluções tecnológicas como a Bioanálise de Solo (BioAS) para verificação da saúde do solo, o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) e o bovino Nelore BRGN.
Na vitrine da Embrapa, ele abordou o potencial do cultivo de café canéfora no Cerrado do Planalto Central e a elevada qualidade dos grãos, mostrando plantas da cultivar para sistema irrigado BRS Primalta, desenvolvida pela pesquisa e em fase de pré-lançamento. O pesquisador explicou que o café canéfora é mais produtivo que o café arábica e tem maior teor de cafeína, podendo ser usado na produção de blends e café solúveis. Amabile também destacou a variedade de mandioca de mesa de polpa amarela BRS 429, de alta qualidade culinária e sabor superior, e a cultivar de híbrido simples de girassol BRS 422, de elevadas produtividade e estabilidade.
Novas cultivares de feijão e os benefícios do arroz de terras altas
O pesquisador Leonardo Melo apresentou as duas cultivares de feijão que serão lançadas pela Embrapa nesta edição da feira nesta quinta (22): BRS FS212 (feijões especiais) e BRS FC423 (feijão carioca). O pesquisador comentou sobre as características agronômicas e de mercado dessas variedades, que atendem nichos distintos de produtores. Cultivar do grupo comercial “rosinha”, a BRS FS212, segundo o pesquisador, é opção para o agricultor de pequena escala, que busca materiais com maior valor agregado. Ideal para adoção em sistema de agricultura familiar e agroecologia, ela oferece pouco impacto ao meio ambiente, em função de aplicação reduzida de defensivos, e a precocidade do ciclo promove o baixo uso de água. Essa cultivar é apta, também, à comercialização para programas governamentais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Ao falar sobre a BRS FC423, Melo destacou a alta produtividade (até 6.000kg/ha), o escurecimento lento, característica bastante atrativa para o mercado que permite a ela o armazenamento por período de até um ano; o fato de apresentar baixo índice de quebra dos grãos beneficiados (pouca bandinha) e por apresentar grãos mais espessos e uniformes, com alto rendimento de peneira e baixo descarte na indústria. Além disso, o pesquisador revelou que em testes sensoriais realizados em cozinha experimental, os resultados foram bastante positivos para aparência de caldos e grãos após a cocção.
Mábio Chrisley destacou as cultivares de terras altas BRS A502, BRS A503 e BRS A504 CL, expostas nas vitrines da feira, vêm revolucionando a cadeia dessa cultura, com alta produtividade, resistência a doenças e qualidade de grãos. Como destaque, o pesquisador lembrou que as variedades abriram os olhos dos produtores e da indústria para a oportunidade de redução de custos em logística e produção, de forma geral. Inseridas em sistemas de rotação de culturas, sob pivô, elas trouxeram benefícios surpreendentes para as culturas sucessoras, como soja, feijão, cebola, alho, cenoura e diversas outras, em função da melhoria da qualidade do solo e da palhada residual para cobertura, além da alta produtividade e o baixo custo dos investimentos, que promovem rendimento maior ou igual aos vários outros cultivos disponíveis.
Além de interagirem com os pesquisadores da Embrapa, os jornalistas visitaram a área da Emater-DF, estandes de empresas expositoras e o AiTec, espaço de inovação da feira.
Fonte: CERRADOS NCO
