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Conferência em SP mostra protagonismo do setor de resíduos na transição energética

Mais de 400 especialistas, gestores públicos e representantes dos setores de gerenciamento de resíduos sólidos e produção de biometano participaram, na última segunda-feira (14), da Conferência Biometano: Estratégias para Descarbonização da Economia, realizada em São Paulo (SP). O evento foi promovido pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA), Associação Brasileira do Biogás e do Biometano (ABIOGÁS), Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Frente Parlamentar Mista da Economia Verde.

O biometano é produzido a partir da purificação do biogás gerado pela decomposição da matéria orgânica, fartamente presente nos resíduos sólidos urbanos e agropastoris coletados diariamente em todo o Brasil. Parte significativa da produção está concentrada em aterros sanitários, que abrigam seis plantas atualmente autorizadas pela ANP para a produção do combustível verde.

O encontro debateu políticas públicas de estímulo, desafios e soluções para a promoção do biocombustível na transição energética brasileira. Também reforçou a importância da gestão eficiente dos resíduos urbanos dentro da lógica da economia circular, destacando oportunidades para a geração de empregos, a redução das emissões de gases de efeito estufa e o fortalecimento de novos modelos de negócio.

Oportunidades

Na abertura do evento, o presidente da ABREMA, Pedro Maranhão, destacou a importância econômica de cada aterro sanitário para a geração de biometano. “Nosso setor se transformou e, hoje, somos empresas ambientais, trabalhando 24 horas por dia para mitigar os danos causados ao meio ambiente pelo descarte inadequado de resíduos. Os aterros sanitários são como poços de um combustível verde, e o Brasil pode se tornar, para o biometano, o que a Arábia Saudita é hoje para o petróleo”, afirmou.

Pedro também ressaltou que a produção de biometano gera oportunidades econômicas que vão além da crescente demanda por alternativas energéticas, como a comercialização de créditos de carbono. “Quanto maior a geração de biometano, maior é a geração de créditos de carbono, que podem ser vendidos e que contribuem para o encerramento de lixões — grandes emissores de poluentes — além da valorização dos catadores. É uma oportunidade que não podemos perder, e precisamos de políticas alinhadas a esse objetivo”, completou.

O deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), presidente da Frente Parlamentar Mista da Economia Verde, cumprimentou o setor de resíduos representado na Conferência pelo compromisso com a modernidade e a inovação. “O fato de os aterros sanitários hoje serem minas de oportunidades, a partir da geração de insumos básicos para uma nova economia — do que antes era rejeito, hoje ser resíduo reaproveitável — é resultado da transformação promovida por empresas que deixaram de apenas cuidar do lixo e passaram a oferecer soluções ambientais de impacto”, afirmou o parlamentar.
 Adalberto Maluf, Secretário Nacional de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, destacou a urgência da integração entre economia e meio ambiente para enfrentar as mudanças climáticas. “A emergência climática é uma realidade, e precisamos avançar rapidamente na agenda de mitigação das emissões. Para isso, é necessário transformar nossa economia. Os resíduos devem se tornar insumos produtivos para crescermos e gerarmos oportunidades. Esta é uma agenda muito positiva, e vivemos um momento histórico para alcançar a integração social e econômica da pauta ambiental”, disse.

Painéis

Renata Isfer, presidente-executiva da ABIOGÁS, moderou o painel Estratégias para destravar o biometano de resíduos sólidos urbanos no Brasil, que contou com a participação de Jackson Albuquerque, coordenador de Regulação de Qualidade de Produtos (ANP); Marlon Arraes, diretor do Departamento de Biocombustíveis do Ministério do Meio Ambiente; Francisco Paiva, diretor de Descarbonização e Finanças Verdes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; Rosana Santos, diretora executiva do Instituo E+ Transição Energética; e Sávia Gavazza, gerente de projetos da Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda.

Fonte: Fábio Farias

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