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Palestrantes destacam uso de antioxidantes, insensibilização e bem-estar na avicultura

Adotar estratégias de manejo para garantir a qualidade das carcaças é fundamental para alcançar um produto seguro, padronizado e competitivo. No bloco abatedouro desta quinta-feira (9) do 25º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), o doutor Peter Surai, especialista em bioquímica natural, abordou como os efeitos dos antioxidantes podem contribuir neste propósito e na diminuição da incidência de peito madeira.

Peter destacou que a qualidade da carne é imprescindível para a rentabilidade do produtor, no entanto, algumas doenças podem ser desafiadoras para atingir o produto final ideal, uma delas é o peito madeira, também denominada wooden breast.

Por conta do rápido crescimento do frango, a massa do peito das aves está cada vez maior e, eventualmente, o sistema vascular dessa área nem sempre acompanha o desenvolvimento adequado e pode gerar efeitos colaterais como o peito madeira.

   O peito madeira é uma miopatia presente em frangos de cortes, que afeta negativamente as características estruturais e metabólicas do músculo. Essa doença compromete a aparência e a maciez da carne. O professor citou pesquisas realizadas nos Estados Unidos e na Europa, os mecanismos que levam ao acometimento dessa doença e pontuou como os antioxidantes podem ser aliados potenciais para combatê-la.

O estresse oxidativo é um desequilíbrio entre a produção de radicais livres e a capacidade de neutralizá-los. Por isso, idealmente, os antioxidantes têm o potencial de ajudar neste desafio. “Entretanto, quando analisamos a literatura, infelizmente não há fortes evidências, no momento, de que os antioxidantes possam realmente resolver esse problema. De certa forma eles podem ajudar, mas precisamos entender o mecanismo molecular que leva ao desenvolvimento do peito de madeira. Uma vez que isso for compreendido, seremos capazes de encontrar uma solução com os antioxidantes”.

De acordo com pesquisas recentes, até 70% das aves podem ser afetadas pelo peito madeira. Diante da alta demanda de produtividade, desacelerar o crescimento dos frangos de corte para combater a doença não é uma opção ideal para a indústria. Por isso, é importante encontrar uma maneira para lidar com esse crescimento rápido, de forma a não interferir na qualidade da carcaça.            

Em relação ao uso de antioxidantes, um dos possíveis caminhos apontados seria melhorar o status de selênio e o uso de outros antioxidantes. “Estudos não mostraram o efeito positivo da vitamina E para reduzir a severidade da doença, porém devemos avaliar a velocidade de crescimento das aves em cada um dos estudos. Também há pesquisas que apontam que o uso do selênio pode melhorar a qualidade das carcaças, por conter propriedades anti-inflamatórias e promover a expressão de selenoproteínas específicas. Mas acredito que devemos olhar mais profundamente para os antioxidantes, assim seremos capazes de encontrar soluções mais eficazes para essa doença”.

INSENSIBILIZAÇÃO E ABATE

O processo de insensibilização no abate do frango de corte é uma importante prática de bem-estar. O médico veterinário Eder Barbon trouxe ao SBSA o que há de novidade sobre o assunto no setor.

Barbon salientou as principais diferenças entre os métodos de atordoamento das aves, uma etapa pré-abate crucial também para reduzir danos nas carcaças e melhorar o rendimento. “Dependendo de como cada um é usado, podemos ter um rendimento melhor ou pior em cada um desses sistemas. Nosso objetivo é aprimorar os processos para ganhar produtividade e ter mais disponibilidade de carne para o mercado”.

A insensibilização antes do abate é um padrão mundial da cadeia produtiva. Hoje há duas metodologias mais usuais: gás e elétrica. A primeira é muito difundida em países da Europa, já a segunda é amplamente utilizada no Brasil e nos Estados Unidos.

No método à gás, as principais vantagens são que as aves não se agitam e isso minimiza lesões e se economiza energia. Já entre os pontos negativos estão os custos com instalação do sistema, a retenção de sangue na carcaça, maior percentual de asas quebradas quando se utiliza containers e maior dificuldades de identificação e retirada de frangos mortos nas gaiolas.

No atordoamento por choque, os pontos positivos a destacar são o baixo custo de implantação e manutenção do sistema, qualidade de sangria e carne com o uso de parâmetros elétricos que garantem ótima retirada de sangue das carcaças. Por outro lado, como desvantagens estão o uso de parâmetros elétricos inadequados, que podem provocar contusões e fraturas, além de dificultar a sangria e aumentar lesões hemorrágicas. Ainda pode haver problemas de regulagem na cuba e o baixo tempo de permanência nela pode comprometer o bem-estar. 

O médico veterinário ressaltou que há diversas oportunidades para assegurar o bem-estar das aves e reduzir as perdas na indústria. Para isso, é preciso trabalhar com baixas voltagens, alta frequência e cubas maiores no atordoamento por choque.

“Nosso sistema de atordoamento é eficiente, só que está sendo mal utilizado. Uma vez que nós consigamos mudar a metodologia de uso, reduziremos significativamente as perdas na planta de abate”, concluiu Barbon.

Fonte: MB Comunicação Empresarial

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