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Agronegócio e cultura: por que precisamos falar sobre isso?

*Por Andrea Moreira

O agronegócio é considerado um dos principais motores que movem a economia brasileira. Representa quase 22%, é um importante gerador de empregos – emprega mais de 28 milhões de pessoas, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) – e atualmente vivencia grandes transformações pautadas pela tecnologia e inovação. No entanto, enfrenta alguns desafios, como um apagão de mão de obra mais jovem, com o aumento do interesse por outros caminhos profissionais ligados a outras atividades econômicas. 

Além de suprir essa demanda, o setor lida ainda com a necessidade de se aproximar da sociedade urbana e fortalecer sua imagem, por meio de mensagens que ultrapassam o ambiente econômico, tão ligado às características do mercado. Nesse sentido, a arte e a cultura vem se mostrando como importante aliadas, criando pontes entre o campo e as cidades, além de ajudar a contar a história e os avanços do agronegócio, ressaltando sua importância de forma acessível e envolvente. 

Levar a informação sobre temas ligados ao agronegócio por meio de iniciativas culturais – exposições, murais, feiras temáticas e ações artísticas que mostram a evolução da atividade, sustentabilidade e inovação que transforma o setor – com um conteúdo leve, interativo, tecnológico e uma narrativa visual e sensorial que possibilita a abertura de novos horizontes de trabalho para os jovens no mundo da ciência e biotecnologia. 

Estamos diante da projeção, de acordo com dados da ONU, de que até 2050 será necessário aumentar em 60% a produção de alimentos para conseguir atender a demanda de 10 bilhões de habitantes no mundo – e o Brasil desempenha um papel fundamental nesse cenário. 

Com essa possibilidade, torna-se estratégico para as empresas do agronegócio olharem com atenção para o potencial dessas ações culturais para atingir novos públicos, incluindo os jovens. A cultura se torna não apenas um meio de comunicação, mas também uma poderosa estratégia de fortalecimento da marca. Cria um diálogo entre o campo e a cidade, ajudando a desmistificar o setor, impulsiona o engajamento de novas gerações, reforça o posicionamento institucional em relação ao compromisso com o desenvolvimento social e educacional, entre outros. 

As indústrias desse mercado, assim como outras atividades, podem fazer o uso estratégico de incentivos fiscais para viabilizar os projetos culturais, por meio das Leis de Incentivo à Cultura, que possibilita que essas empresas destinem 4% do IR para essa finalidade. 

No entanto, ainda vejo poucas iniciativas nesse sentido.. Hoje é possível ter acesso a soluções que agregam valor para as empresas que atuam no agro, de forma integrada às necessidades da sociedade por meio de diferentes linguagens e diálogos.

A cultura pode ser a chave que vai estimular a transformação social, sendo uma ponte entre a sociedade e setor agro, promovendo narrativas que inspiram, educam e ressignificam a imagem do setor.

*Andrea Moreira é CEO da Yabá Consultoria.

Fonte: Fernanda Ribeiro 

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