Prejuízos podem impactar o preço final do grão
Abaixo da média registrada nos últimos cinco anos, a queda da temperatura desta última semana está preocupando os produtores de feijão preto do Paraná. Ao sul do Estado, as áreas mais atingidas sofreram com uma geada, na madrugada dia 28 de abril, que castigou a lavoura com o plantio atrasado, devido ao alongamento do ciclo do milho.
Marcelo Eduardo Luders, presidente do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), avalia que a queda dos termômetros tem potencial para impactar o volume da colheita e o preço do feijão praticado no mercado.
“Em outros anos com o mesmo fenômeno, houve perdas consideráveis. Lamentamos profundamente que nossos produtores tenham que, em meio a maior crise da história econômica e política, enfrentar mais este prejuízo. Isto poderá significar também que os consumidores poderão ver nas gôndolas o efeito nos preços”, destacou.
Mesmo nas localidades não atingidas pela geada, a temperatura atípica para época deve prejudicar bastante o plantio do feijão, que deve ser realizado entre 18° e 20°C. Além de comprometer o desenvolvimento da planta, o frio pode diminuir o tamanho dos grãos, aumentar o ciclo e dificultar a secagem.
Eduardo Medeiros, produtor da região de Castro, afirma que ainda é cedo pra contabilizar os prejuízos, mas acredita que a supersafra aguardada para este ano já está comprometida.
Já o diretor técnico da Cooperativa de Bom Jesus, Severino Jacomel, prevê uma queda de produtividade, em torno de 15 a 20 %.
“Vamos acompanhar o desenvolvimento já esperando que haja afetação também na qualidade dos grãos”, afirmou.
Fonte: Ibrafe