Os preços das carnes ao consumidor deverão permanecer estáveis no primeiro semestre de 2018, estima a empresa de pesquisa de mercado GfK. No acumulado de 2017, os valores caíram 4,5% para a carne bovina e 10,7% para a de frango.
“Não há espaço para novos recuos, pois o valor já chegou a um patamar razoável”, avalia o diretor da GfK, Marco Aurélio Lima, referindo-se à primeira metade do ano. Segundo ele, a expectativa é que os preços voltem a crescer apenas em setembro, seguindo a trajetória habitual para o mercado.
Outro fator para a estabilidade é a perspectiva de que a cotação do dólar fique estável. “Apenas uma eventual reabertura de mercados importantes para a proteína animal como Rússia, Estados Unidos ou mesmo um crescimento da demanda chinesa podem fazer com que os preços aumentem para o consumidor”, pondera.
Ele explica que, em 2017, a queda do preço da proteína animal nos supermercados foi estimulada pela oferta farta de grãos, que reduziu os custos de produção e pela Operação Carne Fraca. A investigação levou a JBS, maior player do setor, a baixar os preços no varejo para diminuir os seus estoques, movimento que foi acompanhado também pelos concorrentes da companhia.
Os preços só voltaram a subir para o consumidor em dezembro, devido à demanda das festas de final de ano. Ainda assim, não foram suficientes para que no acumulado do ano fosse de alta.
No caso da carne bovina, a retração superou a previsão inicial de 3% e o valor médio cobrado pelo quilo chegou a R$ 21,53 em novembro. A região Sudeste registrou a maior retração, de 5% no ano.
Com a carne vermelha mais barata, a demanda por frango diminuiu, o que fez com que o valor médio do quilo do produto congelado chegasse a R$ 5,74 em novembro, voltando ao mesmo patamar registrado em maio de 2016. A região Sul registrou a queda mais expressiva nos preços, de 11,2%, com recuo de 6,5% em dezembro ante novembro.
O Nordeste foi a exceção. A carne de frango aumentou 3,2% no ano, enquanto os preços da carne bovina se mantiveram estáveis na comparação anual. “É a única região que poderá ter um ganho com redução de preços neste ano, já que, em razão da seca, os preços ficaram sustentados em 2017”, destaca o diretor.
Fonte: DCI – DIÁRIO DO COMÉRCIO & INDÚSTRIA
Imagem créditos: Abiec
Acompanhamentos tradicionais das carnes no prato dos brasileiros, o arroz o feijão registraram quedas ainda mais expressivas em 2017.
No caso do feijão, o recuo foi de 39,2%. “Os preços aumentaram de forma exorbitante em 2016, por queda na oferta, e foram pressionados em 2017 pela importação do grão. Agora, os valores começam a entrar em estabilidade”, projeta Lima.
O preço do arroz recuou 20,2% no ano passado, com o aumento da oferta causado pela importação do produto. “O valor pode voltar a subir devido ao excesso de chuvas no Rio Grande do Sul, o que pode prejudicar a produção”, salienta o diretor da GfK.
Considerando as carnes, arroz e feijão, o recuo foi de 13% em 2017 ante 2016. O valor médio dos 35 itens da cesta básica para uma família de até quatro pessoas caiu 7,1% no ano, para R$ 449.