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Fornecimento de combustíveis, energia e fertilizantes preocupa governador de Roraima

O governador de Roraima, Antonio Denarium, demonstrou preocupação com o fornecimento de alguns produtos no estado caso a fronteira com a Venezuela fique fechada. É o caso de combustíveis e fertilizantes vindos do país vizinho. Outro temor é que, além do fechamento da fronteira, também haja suspensão da transmissão de energia elétrica produzida na usina hidrelétrica de Guri, localizada na Venezuela. Se isso ocorrer, não haverá alternativa a não ser racionar eletricidade no estado.

O fechamento da fronteira foi anunciado nesta quinta-feira pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Denarium afirmou que só será possível constatar que a medida foi de fato tomada na sexta-feira, uma vez que o trânsito de veículos já é normalmente interrompido à noite. Segundo ele, já há informações sobre restrições na passagem pela fronteira desde a tarde de quinta-feira.

Hoje, com o fechamento da fronteira, nós somos importadores de fertilizantes, de calcário da Venezuela, o que pode atrapalhar também o abastecimento de calcário para a nossa próxima safra e nosso próximo plantio que se inicia agora no mês de maio e junho. E também Roraima é um exportador de alimentos para a Venezuela, e isso também pode comprometer o faturamento das empresas de Roraima e até o fechamento de algumas empresas. Estamos torcendo para que a Venezuela e o Brasil encontrem um caminho harmônico — disse o governador na saída do Supremo Tribunal Federal (STF), onde participou de audiência com o ministro Marco Aurélio Mello.

Roraima é hoje o único estado brasileiro não interligado ao sistema nacional de energia, sendo dependente da Venezuela nesse ponto. Outra parte da eletricidade local vem de termelétricas.

— Nós já tivemos reunião no Ministério de Minas e Energia, junto com Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), para que se contrate energia suficiente para se caso houver um corte de fornecimento a gente tenha energia alternativa para fornecer para a população. Hoje, se houve um corte, vai haver racionamento de energia em Roraima — disse o governador.

Em Pacaraima, cidade na fronteira com a Venezuela, nem sequer há postos de gasolina, uma vez que é bem mais barato abastecer em Santa Elena de Uairén, no outro lado da fronteira.

— Em Pacaraima nem há postos de combustível porque a gasolina na Venezuela é muito barata, o valor é irrisório, e se por acaso for fechada a fronteira, tanto Pacaraima e Santa Elena também podem ter problemas de abastecimento — disse Denarium.

Assim como disse mais cedo o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, o governador afirmou está mantido o planejamento do governo brasileiro de entregar ajuda humanitária à Venezuela. Mas isso pode mudar se confirmado o fechamento definitivo da fronteira. Antes do anúncio de Maduro, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou o fornecimento de comida e remédios a partir deste sábado. Pelo plano, caminhões do país vizinho e dirigidos por venezuelanos serão abastecidos em Roraima.

— Ficou definido até o momento que será mantida ajuda humanitária internacional e será com carregamento com caminhões venezuelanos em Boa Vista. Acompanharemos o comboio de caminhões, escoltados pela Polícia Federal, PRF (Polícia Rodoviária Federal) e Polícia Militar até a fronteira do Brasil com a Venezuela — disse o governador.

Ele afirmou que ainda conversaria com os ministros Carlos Alberto Santos Cruz (Secretaria de Governo) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores) para tratar da ajuda. Informou também que o Itamaraty vai mandar representantes para Roraima para acompanhar a questão, e disse não acreditar que haverá conflitos na fronteira. Ele contou ainda que os detalhes da ajuda humanitária foram fechados na manhã de quinta-feira em uma reunião com Araújo, antes de Maduro anunciar que fecharia a fronteira.

Fonte: O Globo

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