É fato! Quem busca obter boa rentabilidade com o rebanho leiteiro precisa dar atenção especial ao manejo nutricional, um dos principais fatores capazes de determinar o bom desempenho desses animais. Diante disso, é fundamental ter o conhecimento exato das exigências nutricionais de cada “categoria” de animal.
No caso da vaca leiteira, por exemplo, a dieta requer mais de 13% de proteína bruta, 70% de energia em nutrientes digestíveis totais (NDT), e pelo menos 30% de fibra. Diante dessa demanda nutricional, o pecuarista pode “combinar” o uso de alimentos a fim de alcançar tais índices. Um exemplo na região central do país, é a utilização de produtos como cana-de-açúcar, capins, milho, torta de algodão, etc.
O zootecnista e técnico de campo do Senar Tec, Matuzalem Rodrigues, alerta para um ponto importante: as características nutricionais de cada alimento podem variar conforme o ciclo de cada cultura. Isso significa que, a depender do momento do corte e do fornecimento de um capim – por exemplo – os índices de proteína, energia e fibra podem sofrer variações.
Matuzalem falou sobre o tema no Bom Dia Senar-MT desta quarta-feira (19). Ele reforçou que quando se fala em nutrição, é preciso planejamento. Para o período seco do ano, por exemplo, que é bastante crítico para as vacas leiteiras, é importante que o produtor adote estratégias para garantir a alimentação adequada dos animais. Uma delas é o plantio de culturas que vão suprir esta demanda.
Entre as opções mais comuns estão o cultivo de canaviais ou capineiras próprias. Para isso, o primeiro passo é definir o melhor local, aquele que permita uma logística interessante dentro da propriedade. Depois da limpeza do terreno, o próximo passo é fazer a coleta de amostras do solo para a análise, e na sequência efetuar as correções necessárias. Na hora do plantio, Matuzalem recomenda que o produtor esteja atento à escolha das mudas e a melhor época para o cultivo, garantindo que o alimento esteja disponível no período programado.
No caso do capim elefante, por exemplo, ele recomenda que o início dos trabalhos seja feito alguns meses antes dos momentos mais críticos. Outra dica do especialista é plantar as mudas de maneira cruzada, para aumentar a possibilidade de ter uma brotação mais uniforme.
Outra dica importante é para o pequeno produtor, que muitas vezes não dispõe de muito dinheiro para investir na atividade. Matuzalem lembra que é fundamental ter em mente que – independentemente do volume de recursos – o mais importante para quem busca melhores resultados é investir na alimentação animal. No caso da estruturação da propriedade, ele defende “um passo de cada vez” e destaca: “o simples também funciona’’.
Fonte: Canal Rural Por Luiz Patroni
Crédito: DP/Pixabay