Os consultores que integraram o debate sobre o panorama da safra abordaram os desafios da cotonicultura nos próximos anos, com destaque para o aumento da produtividade sem aumento de custo e a importância do controle de pragas através da cooperação entre os produtores de algodão.
Especialistas do setor agro estiveram reunidos no início da tarde desta terça, dia 27 de agosto, para traçar o “Panorama da safra na visão do Grupo Brasileiro de Consultores do Algodão, GBCA”, tema abordado neste primeiro dia do 12º Congresso Brasileiro do Algodão. O agrônomo, entomologista e pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná, Iapar, Walter Jorge dos Santos, coordenou a sala temática, que teve entre os palestrantes, o engenheiro agrônomo pela ESALQ/USP e consultor, Evaldo Takisawa, sócio proprietário da Ceres Consultoria. Ele destacou a importância do produtor não procrastinar e agir rápido na solução dos problemas apresentados na lavoura. “Sempre falo que quem manda é a planta. O produtor precisa escutá-la e obedecê-la. Ouvir o campo e fazer tudo o que for importante é fundamental”, acredita.
Na sequência, o engenheiro agrônomo Jonas Guerra, da Guerra Consultoria, destacou a importância do Congresso “É um fórum bastante interessante num momento delicado que o país está vivendo”, disse ele, destacando os números que envolvem o estado do Mato Grosso, que nesta safra tem a previsão de produzir de 1.6 milhões de toneladas de algodão em pluma. O desafio do aumento da produtividade sem aumento do custo para os produtores foi o tema central abordado por Guerra. “Devido às pragas, doenças, ervas daninhas e erros no meio do caminho só conseguimos produzir até agora 50% do que temos capacidade. Nós temos que avançar, aumentar a produtividade sem custo utilizando apenas a interferência no ambiente local, fazer com que a planta tenha o manejo correto para a penetração do CO2, adubo que está de graça na nossa atmosfera. Não tenham medo de aumentar a produtividade. Temos que ter no nosso armazém uma grande quantidade de produtos estocados para vender”, ressaltou.
O engenheiro agrônomo baiano Ezelino Carvalho, da Equipe Consultoria Agronômica, apresentou um panorama da safra de algodão na Bahia, destacando o grande número de variedades plantadas e as dificuldades na uniformização de lotes para venda. Carvalho abordou ainda a importância do manejo fitossanitário com o trabalho cooperativo entre os produtores para o controle de pragas resistentes como o bicudo. “Se não fizemos o dever de casa, vamos ter problemas com essa praga de difícil controle. Os agricultores precisam cooperar uns com os outros, senão ninguém vai chegar no fim da estrada, todos ficarão pelo caminho. O trabalho cooperativo é fundamental”, alerta. O agrônomo falou, também sobre biotecnologias, investimento em qualidade, em manejos de resistência de produtos e tecnologias e programas fitossanitários.
Encerrou o encontro, o engenheiro agrônomo, mestre em agronomia, e doutor em genética e melhoramento de plantas, Eleuzio Curvelo Freire, da Cotton Consultoria. Para ele, os estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais são exemplos a serem seguidos por outros estados produtores. “Tem que seguir o exemplo desses pioneiros que fizeram esse trabalho todo no cerrado. Hoje, alimentamos 20% da população do mundo e, digo a vocês, que são as fazendas do Brasil que vão alimentar 50% da população mundial”, finalizou.
Fonte: AgriPress