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Dia do Programador (13/9): demanda por profissionais de TI também é realidade no agronegócio 

Com avanço da digitalização na agricultura, programadores são essenciais para o desenvolvimento de soluções tecnológicas que otimizam operações e resolvem problemas do campo

Agrônomo, zootecnista, técnico em agropecuária… Essas e outras profissões tradicionais do agronegócio têm cada vez mais dividido espaço com novas ocupações tecnológicas, como as dos programadores. Responsáveis pela criação de softwares e aplicações a partir de instruções específicas dadas ao computador por meio de uma linguagem própria — a linguagem de programação —, esses profissionais são essenciais para que tecnologias como agricultura de precisão e automação de máquinas cheguem aos campos.

Hoje, 84% dos agricultores brasileiros usam pelo menos uma tecnologia como ferramenta de suporte, segundo pesquisa publicada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Com a popularização de inovações tecnológicas e a ampliação da conectividade rural, essa transformação deve avançar ainda mais. Nesse contexto, é justamente o programador que servirá como elo técnico capaz de desenvolver soluções de acordo com as necessidades dos produtores e gestores rurais”, comenta Tarcísio Mello, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da divisão de Agricultura da Hexagon, empresa que desenvolve e fornece tecnologias para o campo.

Para o desenvolvedor Web Mateus Conceição, há diversas oportunidades e demandas do agronegócio que ainda não foram supridas. “É um setor em que a tecnologia tem grande potencial de crescimento e onde cada melhoria traz grandes benefícios para os clientes”, comenta. Economia, produtividade e sustentabilidade, por exemplo, são alguns deles.

A importância dessa profissão que só cresce reflete na sua demanda: um levantamento recente da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom) estima que, para suprir a necessidade do setor tecnológico, seria necessária a contratação de 70 mil profissionais por ano, em média, até 2024. No agronegócio, um dos setores que teve menor impacto com a crise de Covid-19, o número de contratações na área de TI cresceu 30% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2020, como demonstra estudo da consultoria de Recursos Humanos Michael Page.

O principal motivo apontado pelas empresas para a escassez de profissionais é a falta de qualificação. Isso porque o exercício da profissão não depende somente de uma formação, mas também da busca pela capacitação contínua. “Um dos principais desafios do programador é estar em constante aprendizagem, buscando compreender novas tecnologias e soluções inteligentes”, aponta o programador Mateus Barcelini, da área de P&D da Hexagon.

Interdisciplinaridade

Com a importância histórica da agricultura para a economia do país, há cada vez mais investimentos focados na pesquisa e no desenvolvimento de novas tecnologias para o setor. Em diversas empresas consolidadas e startups — as chamadas agtechs —, os conhecimentos agronômicos se unem aos da computação para gerar soluções para os problemas do campo.

“Sempre que vou apresentar as demandas e os requisitos para o time de programadores, tenho buscado gastar um tempo para contextualizar o trabalho do ponto de vista do negócio para o qual ele se destina. Quero que eles tenham em mente não apenas a missão de criar um botão em uma tela qualquer, mas que eles saibam como esse botão se insere na realidade do usuário final — que pode ser desde um motorista de trator até um analista de negócios”, diz o gerente de P&D da divisão de Agricultura da Hexagon.

Mateus Barcelini é um exemplo da valorização dessa interdisciplinaridade. Antes de entrar na Hexagon, ele já havia trabalhado em uma usina de açúcar e álcool como analista de sistemas, o que auxiliou na compreensão dos processos. “Uma dica para quem quer trabalhar na área é sempre se manter atualizado nos métodos e fluxos do agronegócio. Como o assunto é bem abrangente, é importante que se tenha o conhecimento necessário para entregar produtos melhores”, enfatiza.

Para o programador Mateus Conceição, que não teve contato com a área antes de trabalhar na divisão de Agricultura da Hexagon, “é um desafio entender algumas demandas do setor devido à falta de conhecimento e vivência do campo e suas especificidades, mas os gestores estão sempre tentando diminuir essa lacuna, garantindo que nossos produtos satisfaçam as necessidades dos clientes”.

Embora os conhecimentos agrícolas não sejam uma obrigação profissional, a expectativa das empresas é que os programadores aprendam sobre o setor e criem a cultura de se informar e se interessar. “Temos percebido o valor disso nos resultados. As chances de retrabalho são muito menores, pois há um entendimento das demandas e dos contextos que envolvem as entregas”, pontua o gerente de P&D, Tarcísio Mello.

Fonte:Dialetto

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