Considerada uma das maiores ameaças sanitárias na produção animal, pode representar barreira às nossas exportações
Para se tornar o principal exportador de carne de frango do mundo, o Brasil precisou atingir, manter e certificar internacionalmente condições estruturais e sanitárias rigorosas. Dentre essas normas estão plantéis livres de algumas enfermidades consideradas de rápida transmissão e de alto impacto na produtividade das aves. Uma delas, de extrema importância para a avicultura, é a doença de Newcastle.
Considerada uma das maiores ameaças sanitárias na produção animal, pode representar uma barreira às exportações brasileiras de carne de frango. “Por isso o controle da doença de Newcastle precisa ser encarado com a maior seriedade por todos os órgãos e, principalmente, por todos os profissionais envolvidos”, diz o médico-veterinário Eduardo Muniz, Gerente Técnico da Zoetis.
Agente
A doença é causada por um paramixovírus e afeta principalmente os sistemas respiratório, nervoso e digestivo das aves, infectadas pela eliminação do vírus por secreções respiratórias e fezes de outras aves. Embriões infectados morrem antes do nascimento. Aves acometidas apresentam alta taxa de mortalidade, sintomas respiratórios e nervosos, hemorragia intestinal e inchaço em vários órgãos.
Os procedimentos de vigilância de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves (SRN) são regulamentados por lei no Brasil. Se as aves apresentarem sintomas respiratórios ou neurológicos, associados à alta mortalidade (de até 10% em menos de 72 horas por galpão do núcleo), a ocorrência deve ser imediatamente comunicada aos órgãos governamentais ligados à defesa sanitária. Se ambos os tipos de sintomas forem evidentes, aumenta a probabilidade para doença de Newcastle e o diagnóstico deve ser conduzido junto aos laboratórios credenciados pelo governo brasileiro.
“O controle deve ser feito por meio de um programa de biosseguridade com vacinações eficientes e o uso de desinfetantes. Sabemos também que a restrição de visitantes nas granjas é um procedimento fundamental para manter longe essas enfermidades tão impactantes ao sistema produtivo. Apenas pessoas envolvidas com a produção das aves devem ter acesso às granjas de modo a evitar transmissão de doenças do ambiente externo, explica Muniz.
Brasil
O especialista explica que, embora esteja sob controle no País, é importante que a prevenção dessa doença seja tratada de forma séria, consciente e objetiva. “As diferenças regionais da produção podem significar riscos à manutenção do status livre de Newcastle, alcançado por algumas regiões do Brasil”, enfatiza.
“O aparecimento de casos da doença pode representar uma série de barreiras comerciais para o frango brasileiro e um enorme retrocesso no caminho percorrido pela nossa avicultura”, finaliza.
Fonte: Little George